por Tarcísio José da Silva*

O horário político iniciado no último dia 19 de agosto é uma oportunidade para que ouvintes e telespectadores tenham um contato prévio com as propostas dos candidatos ao pleito do próximo dia 5 de outubro. No entanto, os candidatos verdadeiramente identificados com os anseios da sociedade desvirtuam a campanha política e fazem um “pacto de agressão”, esquecendo de se apresentar com lealdade e transparência. A democracia merece estar a exigir programas de governo combatíveis com o Estado Democrático de Direito, do bem-comum e eleições limpas.

Recentemente, em palestra no auditório do campus da Universidade Estadual do Ceará em Itapipoca, como presidente da Comissão de Ética na Política e de Combate à Corrupção da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB-CE), destaquei as diferenças políticas, econômicas e sociais do Sistema Político vigente desde o século XVIII ao atual Sistema Político Brasileiro.

Nesse sentido, o papel da juventude é promissor, uma vez que se torna eleitor com alta representatividade, mas precisa estar dotada de conhecimento para questionar os candidatos e fiscalizar as ações destes quando eleitos.

Além disso, o debate acerca do tema ressalta a relação existente entre corrupção, impunidade e violência, e que a cada novo pleito é uma oportunidade para eliminar o câncer da corrupção generalizada em nosso País, e promover a renovação política.

Diante deste fato, o combate à corrupção, a impunidade e à violência não há de ser fruto apenas de produção normativa, mas, acima de tudo, o resultado da aquisição de uma educação cívica, democrática e da participação popular na gestão pública, estimulada pela contínua fiscalização das instituições democráticas, eliminando a subserviência dos Poderes da República e, pouco a pouco, depurando as ideias do eleitorado brasileiro e dos que pretendem ascender ao Poder Político, por vocação, zelando pela verdadeira finalidade do patrimônio público.

(*) Tarcísio José da Silva é presidente da Comissão de Ética na Política e de Combate à Corrupção da OAB-CE.

A opinião expressa no artigo é de responsabilidade exclusiva do autor e não representa a posição oficial da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Ceará (OAB-CE).