Intolerância religiosa foi o tema do debate que reuniu diversos representantes religiosos na sede da OAB Ceará na manhã desta sexta-feira (27/01). À frente da iniciativa esteve a Comissão de Liberdade Religiosa da Ordem.

“É importante esse debate, pois percebemos entre os grupos a dificuldade de denunciar violações até mesmo em um boletim de ocorrência, que algumas vezes não tipifica o tipo de agressão, o que dificulta a punição ao agressor. Por isso, vamos tomar medidas, conversar com autoridades para tentar mudar essa prática”, explicou o presidente da Comissão, Robson Sabino.

Para o líder da Umbanda, Pai Augusto de Oxossi, os grupos religiosos precisam intensificar esse debate. “Uma denúncia feita por nós é diferente de uma feita pela OAB Ceará, uma instituição que tem força em todo o país. Com isso, esperamos ampliar o debate, chamar autoridades para que nos ajudem a combater o preconceito e educar as pessoas a não agirem de modo a causar situações desse tipo”.

Michele Ximenes, cujo nome espiritual é Otene, representante do ecumenismo, ressaltou que a intolerância religiosa está dentro de cada pessoa. “Precisamos levar às pessoas a consciência de que o amor é o sentido maior da existência, caso contrário, a intolerância nunca terá fim. Precisamos reconhecer o preconceito dentro de nós, o Comitê reunido hoje precisa entender que através de direitos básicos, como amor e a verdade, a situação irá mudar. Tudo foi esquecido, desde a infância as crianças são automatizadas para estudar coisas técnicas e deixam de lado os princípios e valores”.

Durante a reunião foi ressaltado que em caso de intolerância religiosa um dos canais para receber denúncias é o ‘Disque 100’, serviço de atendimento telefônico gratuito, que funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana. A central de comunicação é ligada à Secretária de Direitos Humanos do Governo Federal. As denúncias recebidas são analisadas, tratadas e encaminhadas aos órgãos responsáveis.