Na segunda-feira (20), a OAB-CE, por meio da Comissão de Direito Ambiental (CDA), promoveu um debate sobre a contaminação da água por agrotóxicos em Fortaleza. O encontro aconteceu na sede da Seccional e contou com a participação dos mediadores João Alfredo e Alisson Melo, Presidente e membro da CDA, respectivamente; e para compor o debate foram convidados Neuma Buarque, Superintendente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE); Fernando Carneiro, Pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz – Ceará) e Roberta de Paula, Supervisora de Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA).

João Alfredo, Presidente da CDA, afirma que a importância da Comissão é justamente garantir e trazer debates ligados à questão ambiental que dizem respeito diretamente à vida da população e poder, portanto, prestar esse serviço à sociedade. “A nossa ideia é fazer um debate por mês, aberto aos estudantes e interessados no tema. Na primeira vez, discutimos sobre resíduos sólidos e agora estamos tratando sobre a questão da água”, disse.

O presidente também destaca que a escolha do tema discutido surgiu a partir de uma matéria que levantava os aspectos ligados à contaminação da água por agrotóxicos. “Por isso, convidamos pessoas que têm propriedade para falar sobre o tema e que são vinculadas à temática, como exemplo: A CAGECE, que faz o controle interno; e a SESA, que faz o controle externo da água”, aponta. O presidente da Comissão destaca, ainda, a importância de informar que a água fornecida pela CAGECE é potável. “Em cada casa e condomínio, é preciso ser visto a questão das tubulações, encanações e caixa d’água, para saber as condições reais que essa água passa para chegar até aos lares”, ressalta João Alfredo.

Quando questionada se a água oferecida pela CAGECE era potável, a Superintendente da CAGECE, Neuma Buarque, afirmou que sim apresentou o trabalho desenvolvido pela companhia sobre o assunto. “É bastante oportuno e proveitoso esse tipo de debate, uma vez que a CAGECE tem a oportunidade de mostrar como é o trabalho realizado pela Companhia referente ao monitoramento da água. Nós fazemos o monitoramento e só utilizamos metodologias aceitas de acordo com o exigido pelo Ministério da Saúde. Para nós, é uma satisfação poder mostrar nosso monitoramento, poder levar essa informação para o consumidor”, comenta.

A Supervisora de Vigilância Ambiental, Roberta de Paula, no meio das discussões levantadas, trouxe uma informação muito pertinente para o público presente, dizendo que ”Desde 2015, nunca foi detectado nenhum agrotóxico fora do limite aceitável”, disse.

Já o Pesquisador da Fiocruz, Fernando Carneiro, avalia o momento como “muito rico de debate e esclarecimentos sobre a qualidade da água do Ceará, relacionada com a questão dos agrotóxicos”. Ele diz ainda que a Fiocruz, que é uma Instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde, possui diversas pesquisas relacionadas ao tema. “Para nós, foi importante essa discussão, pois ressaltamos que esse é um tema que merece ser debatido pela sociedade, acompanhado pela vigilância da qualidade da água e sobretudo, nesse caso, a Fiocruz se coloca à disposição da SESA, para apoiar todo o trabalho relativo a esse tema”, finaliza.

O debate foi aberto ao público e proporcionou uma grande troca de experiências. De acordo com a estudante de Ciências Ambientais, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Evila Virgínio, o tema era muito relevante. “Fiquei sabendo da palestra por meio de divulgações nas redes sociais e achei o tema bastante relevante para podermos discutir sobre a importância de uma água tratada e livre de contaminação, como também, para termos o conhecimento acerca da qualidade da água que consumimos. A palestra mostrou-se bem elaborada e informativa para o público presente. Uma ótima oportunidade proporcionada pela OAB”, concluiu.