Após reunião da Comissão de Direitos Humanos da OAB Ceará com a vice-governadora do Estado, Izolda Cela, um grupo de refugiados venezuelanos, que estava vivendo em condições sub-humanas no Centro de Fortaleza, foi encaminhado para um abrigo da Prefeitura de Fortaleza, na Barra do Ceará, nesta quarta-feira (22).

De acordo com a presidente da comissão, Virgínia Porto, durante a reunião, a vice-governadora se mostrou muito sensível à situação e exercerá o papel de articuladora entre os secretários das principais pastas, a fim de promover medidas emergenciais para enfrentar a situação. “Os venezuelanos estavam vivendo m condições de extrema vulnerabilidade social, em seis quartos alugados, sem comida e sem roupas, no Centro da Cidade, desde o dia 16 de maio quando desembarcaram na capital cearense”, destacou.

Participaram da reunião: a presidente da comissão de direitos humanos da OAB Ceará, Virgínia Porto; Lucas Guerra, que também é membro comissão e faz parte do Movimento Indígena do Ceará; Jéssica Arruda, membro da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB Ceará; a irmã Idalina Pellegrine e Gilvanda Torres, representantes da Pastoral do Imigrante.

Ação emergencial

A Comissão de Direitos Humanos da OAB Ceará também está compondo a força tarefa que se reuniu nessa quarta-feira a tarde, na Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos do Estado do Ceará. Segundo Virgínia Porto, a força tarefa já efetivou a primeira medida emergencial de acolhimento aos imigrantes, com a remoção de um grupo de 28 pessoas para um abrigo da prefeitura. “Essa força tarefa está sendo composta pelo Estado, Prefeitura, Comissão de Direitos Humanos, Polícia Federal, FUNAI e Pastoral do Imigrante. Nós vamos continuar acompanhando as medidas de assistência médica e jurídica aos refugiados venezuelanos”, afirmou.

Para irmã Idalina Pellegrine, da Patoral do Imigrante, a força tarefa é necessária para garantir essa atenção especial aos venezuelanos. “Trata-se de um grupo novo e não estamos preparados para enfrentar essa situação. Nesse momento precisamos criar uma rede de acolhimento e atenção, incluindo sociedade, governo municipal e estadual para podermos dar uma resposta com os encaminhamentos de todos os direitos básicos como saúde, educação e moradia para essas pessoas”, destacou.

Refugiados Venezuelanos

Os imigrantes são provenientes de uma comunidade indígena da Venezuela que estava enfrentando uma crise humanitária. Depois de deixarem o país de origem e adquirirem a condição de refugiados, passaram por Belém (PA), onde receberam uma promessa de trabalho, mas não permaneceram porque as condições eram análogas à escravidão.

Um dos refugiados, homem de 27 anos, conta que, divide um prato de comida com a mulher e os três filhos. O imigrante diz que “aqui está ruim, mas na Venezuela acabou remédio, acabou tudo. Eu tenho esperança de que tudo vai ficar bem”.