Na quarta-feira (6), a sede da Seccional foi o centro de um debate sobre o desenvolvimento humano e as medidas cabíveis para um relacionamento mais harmônico entre ser humano e natureza. A Comissão de Estudos Políticos da OAB Ceará (CEP) trouxe à tona o pertinente questionamento sobre “Desenvolvimento sustentável é utopia? ”, durante IV Fórum de Estudos Políticos. A discussão abordou o desenvolvimento sustentável através de: energias renováveis, planos de governos que visam o equilíbrio entre um desenvolvimento econômico e a produção de bens e serviços, assim como a relação entre homem e natureza.

O presidente da CEP, Isaac Andrade, ressaltou sobre o consumo predatório e os danos que têm causado na sociedade. “É algo que me deixa preocupado, estamos vendo as coisas piorarem e ninguém faz nada. Não o suficiente para evitar a degradação do meio ambiente de forma efetiva. Devemos parar e perceber o quanto agredimos a natureza. Mas entendo que, para conseguirmos pautar efetivamente o movimento sustentável, fazer dar certo, a gente tem que conseguir se concentrar em algumas mudanças: primeira, o consumo animal; segundo, o mercado liberal; terceiro, os direitos civis”, salientou.

Raquel Figueiredo, advogada e fiscal da Agência de Fiscalização de Fortaleza (AGEFIS), disse que, “Precisamos de uma sociedade que se desenvolva economicamente, mas que também estabeleça um consumo consciente e uma relação benéfica com a natureza”, afirmou.

Atenta à exposição de ideias, Helena Sampaio, membro da Comissão de Estudos Políticos da OAB-CE, destacou como a temática ambiental está sendo enraizada no Brasil “Aqui, nós tivemos uma perda muito grande dessa reflexão sobre o meio ambiente, e naturalmente a gente sente que está pior. Hoje, nós sentimos esses desastres em grande escala, por causa da comunicação que atualmente está em grande escala”, ressaltou.

Durante o encontro o membro da comissão, Rafael Cronje, buscou integrar elementos filosóficos para debater a temática, abordando o processo de integração do homem com a natureza e os conflitos modernos causados pela sua ação. “O ser humano recebeu o título de “senhor da natureza”. Entretanto, em outro corpo social, o homem, a sociedade e Deus, são inteiramente parte da natureza. Por isso, acredito que, por não nos incluirmos como sendo “natureza”, hoje em dia temos diversos problemas modernos, atrelado à falta de cuidado e restrição com a natureza”, disse.

A advogada Letícia Sousa, participou da discussão e ascendeu o questionamento acerca das energias sustentáveis no Ceará. “Sobre o aumento de custo na energia solar, eu penso que essas energias renováveis, como é o caso da energia solar, ela é um dos víeis que fazem parte do desenvolvimento sustentável. Eu vejo que este assunto está sendo pouco comentado. Esse projeto será aprovado e, mais uma vez, a gente só vai remediar? Isso é uma coisa que poderíamos nos precaver de acontecer, para que continuemos a utilizar essa energia, que claro, são poucos os poluentes. Contudo, grande parte das energias utilizadas pela sociedade de consumo, são poluentes e nem um pouco sustentáveis. Nós não estamos dando devida atenção a isso. A tarifa vai aumentar 68%, inviabilizando completamente esse serviço”, declarou Letícia.

Compuseram a mesa: Isaac Andrade, presidente da Comissão de Estudos Políticos da OAB-CE; os membros da Comissão de Estudos Políticos: Rafael Cronje, Helena Sampaio e Henrique Torquilho; Além, da advogada e fiscal da Agência de Fiscalização de Fortaleza (AGEFIS), Raquel Figueiredo.