A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Secção Ceará, entrou,nesa sexta-feira, com uma notícia crime na Procuradoria da República contra os internautas que foram identificados publicando mensagens ofensivas nas redes sociais contra os nordestinos.

 
Segundo o presidente da OAB-CE, Valdetário Monteiro, a Ordem fez um levantamento dos casos mais agressivos e enviou todos para a Procuradoria da República, onde devem ser encaminhados para a Policia Federal (PF).
 
Agora, dependendo do rumo que será tomado pelas investigações será possível saber por qual tipo de delito que os internautas serão acusados.
 
Para Monteiro esses usuários do Facebook e Twitter estão atribuindo aos nordestinos, pela questão da raça, algo pelo qual eles não são culpados.
 
"As pessoas têm que entender que as rede sociais não são algo particular e sim coletivo. A utilização dessas ferramentas podem ser muito boas para a sociedade, mas desde que sejam usadas com parcimônia", comentou o presidente.
 
Além disso, ele acrescentou que a atuação da OAB em casos como esse pode inibir as pessoas de realizarem uma ato parecido novamente. "Os internautas terão mais cautela na hora de escrever, pois sabem que poderá haver consequências".
 
Ele destacou a importância de que, antes de escrever qualquer coisa no Facebook ou Twitter, as pessoas devam refletir na repercussão do conteúdo da mensagem. "Esses jovens devem entender que existem certos pensamentos que contrariam as leis", disse.
 
As mensagens, veiculadas nas redes sociais, no último dia 26, tinham um forte grau de xenofobia. As pessoas utilizavam palavras grosseiras e ofensivas contra a origem e cultura do Nordeste.
 
Não é a primeira vez que comentários preconceituosos contra nordestinos geram revolta nas redes sociais. Em outubro de 2010, após vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, o caso da estudante de direito Mayara Petruso ganhou destaque. A jovem postou no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado".