Somente três dos 17 cursos de Direito reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC) no Ceará têm qualidade recomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Universidade Federal do Ceará (UFC-campus Benfica), Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA-Sobral) e Universidade Regional do Cariri (Urca-Crato) foram as únicas com médias iguais ou superiores a cinco no “Programa OAB Recomenda – Selo OAB”.
 
O estudo foi desenvolvido pela seção nacional da ordem e considerou o resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2009 e os resultados dos três últimos testes aplicados pela própria OAB. O resultado representa um índice de reprovação de 82,36% das instituições cearenses.
 
Das aprovadas, uma é gerida pelo Governo Federal e duas compõem a estrutura do Estado. As 14 demais são particulares – sendo 13 faculdades e uma universidade (ver quadro). Nenhuma nota, porém, foi disponibilizada pela OAB. Apenas quem eram os melhores avaliados em cada Unidade da Federação.
 
Em comparação com a edição anterior, a situação do Ceará está melhor. Antes, somente a UFC tinha, para a OAB, um curso positivo de “variáveis qualitativas e quantitativas”, como a ordem descreve o objetivo do Selo.
 
O panorama nacional também é nada animador. Dos 791 cursos selecionados, apenas 90 alcançaram desempenho satisfatório. Isso significa dizer que 88,63% das faculdades, universidades e centros universitários brasileiros oferecem cursos padrão.
 
São Paulo, Minas Gerais e Paraná lideram em quantidade de cursos “aprovados”. São 14, 11 e oito, respectivamente. Alagoas, Amazonas, Amapá, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins ocupam, empatados, a última posição. Cada estado conta com apenas um curso bem analisado. Acre e Mato Grosso do Sul não tiveram cursos recomendados.
 
O Ceará é o nono no ranking nacional e o quarto do Nordeste com as maiores aceitações. No Nordeste, fica atrás da Bahia (6), Piauí (5) e Paraíba (4). “Apesar dos seus 11 semestres, Direito é uma “correria”. Prova disso é que muita gente precisa fazer um curso só para o exame de ordem”, diz o aluno do 7º semestre da Universidade de Fortaleza (Unifor), Fernando Luiz de Sousa Pinto.
 
Ele foi um dos testados no Enade 2009. E contesta a medição da capacidade de estudantes e instituições com base somente no resultado de provas. “Muita gente faz pressionado pela universidade. O aluno é escolhido para fazer a prova sem a livre escolha de querer ir ou não. E o Enade é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação. Quem vai faltar a prova colocando o diploma em risco?”, pondera. 
 
Fonte: Jornal O POVO