O clima festivo, próprio das festas natalinas e Ano Novo, foi vivenciado pelo povo cearense, singularmente, Fortaleza, por acontecimentos inusitados, históricos, inesperados, a partir da greve da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Chegamos ao “limite dos limites”, espalhando-se essa greve por todo o Estado, deixando regiões inteiras desprotegidas de segurança, alterações na rotina de toda atividade produtiva do Estado, como sejam: lojas comerciais, postos de saúde, hospitais, presença da atividade criminosa, assaltos, arrastões, fechamento do comércio, boataria, que pontuou conta nas redes sociais, enfim, pânico generalizado e uma cidadania desprotegida da tutela governamental.

 

Essa situação, mercê avaliação de cientistas políticos, atingiu esse ápice por falha e sensibilidade mais aguçada do Governo do Estado, especialmente, da Secretaria de Segurança Pública, em detectar a enorme insatisfação, que reinava nas tropas militares, propiciando uma saída negociada, sem arrogância ou intolerância das partes envolvidas.

 

A intransigência do Governo do Estado, no episódio em epígrafe, foi marcada por uma postura inadmíssivel, arrogante, quando solicitou da presidente Dilma Rousseff a Força Nacional de Segurança, que, de pronto, foi atendida. As autoridades envolvidas, na solução do grave acontecimento, apostaram, mais uma vez, em não negociar e tentar impor suas convicções de gestores de “goela abaixo dos militares grevistas”.

 

A pressão popular, aliada à intermediação do Ministério Público Estadual, da Defensoria Pública do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Igreja, através do Bispo Emérito de Limoeiro do Norte – dom Edmilson Cruz, mídia em geral, levaram o Governador do Estado a reverter, imediatamente, essa sua disposição em não negociar com grevistas. E, graças a Deus, o bom senso e equilíbrio das partes prevaleceram, quando a mesa de negociação foi reiniciada, e chegou-se ao entendimento, tolerância recíproca, renúncia parcial de algumas reivindicações dos grevistas, virando a página triste dessa realidade vivenciada pelo povo cearense.

 

Um documento foi assinado pelas partes – Governo do do Estado e Grevistas – registrando o consenso e encerramento do movimento Grevista, que já durava cinco dias. Lamentável, nesse episódio, a ausência dos nossos representantes políticos em assumirem uma postura de conciliação entre as partes, preferindo desfrutarem o gozo de suas férias. Lições objetivas, práticas devem ser aprendidas desse episódio para situações futuras, já que não houve: “vencidos ou vencedores”.

 

Fonte: Jornal O Estado