O último jogo oficial do Fortaleza foi a decisão do Campeonato Cearense, em 13 de maio, contra o Ceará

Com a paralisação das Séries C e D do Campeonato Brasileiro, o Fortaleza completou ontem um mês sem nenhum jogo oficial, sem bilheteria e sem data marcada para saber quando volta a campo de forma oficial.

O técnico Nedo Xavier, sua comissão técnica, jogadores e funcionários têm seguido a rotina de treinamentos e cumprido o expediente, todos ansiosos em ouvir a notícia de que haverá o início da Série C do Brasileiro.

Do ponto de vista da bilheteria, o time havia reforçado seus caixas com apenas três arrecadações do mês de maio. No dia 2 de maio, o Tricolor enfrentou o Grêmio na Capital cearense, pela Copa do Brasil, quando ficou com a arrecadação líquida de R$ 229.047,37.

Terminado esse jogo, o Tricolor teve mais duas partidas decisivas pelo Campeonato Cearense, contra o Ceará, no PV. A primeira no dia 6 de maio, quando ficou com a cota líquida de R$ 66.848,70 e por fim no dia 13 de maio, quando arrecadou líquidos R$ 24.622,40, na final.

Prejuízo

O presidente tricolor, Osmar Baquit, foi ontem ao Pici para fazer a apresentação do zagueiro Micão, mais um investimento do clube, na esperança de que o Nacional comece. “Posso dizer hoje que o prejuízo do Fortaleza é de R$ 600 mil. Na reunião que teremos amanhã (hoje), com o presidente da CBF, José Maria Marin, vou mostrar todas as nossas planilhas de custo e o que está sendo gasto aqui, sem arrecadação. Acho que o presidente da CBF já deve estar entendendo a gravidade da situação e há de tomar providências urgentes para ajudar os 60 clubes que estão sem jogar”, comentou Baquit, com um semblante triste diante da situação que se arrasta.

Baquit também revelou que ontem era dia de pagamento de jogadores e funcionários. “Preciso de R$ 500 mil aqui para pagar a jogadores e funcionários. Como vou fazer isso, sem jogar? Vou recorrer a dois patrocinadores e o resto entrar no bolso mesmo, procurando este ou aquele conselheiro que possa emprestar, mas até sexta-feira vamos quitar tudo”, avisou o dirigente, embora avisando do risco dessa situação de gastos sem fim. “Tudo isso tem um limite, que é de 10 dias no máximo, porque aí vem o prejuízo, a desmotivação e aí acaba tudo”, alertou.

Torneio

A Federação Maranhense de Futebol está propondo realizar um torneio com Ceará e Piauí, para dar ritmo às equipes das Séries C e D dos respectivos Estados e que estão sem jogar. O torneio, se confirmado, terá como sede o Maranhão, em homenagem aos 400 anos de São Luís.

OAB/CE pretende paralisar Séries A e B

O presidente da OAB/CE, Ordem dos Advogados do Brasil do Ceará, Valdetário Monteiro, entra com ação civil pública hoje no Fórum Clóvis Beviláqua, pedindo a paralisação das Séries A e B do Campeonato Brasileiro.

O presidente disse que há 15 dias, a comissão de direito esportivo da entidade vinha fazendo estudos acerca da paralisação das Séries C e D e suas consequências jurídicas, para poder tomar uma posição. Valdetário lembra que não está vinculado à equipe nenhuma para impetrar tal medida cautelar.

A diretoria da OAB/CE aprovou por unanimidade a ação, que tem dois princípios básicos: 1) Está sendo desrespeitado o Estatuto do Torcedor. 2) Não está sendo cumprido o Código de Defesa do Consumidor. “O Campeonato Brasileiro é único, dividido nas Séries apenas para sua estruturação. Com as Séries C e D paralisadas está havendo uma quebra de unicidade e muitos profissionais, torcedores e consumidores estão com seus direitos desrespeitados. Assim, o direito privado da CBF esbarra no direito coletivo”, disse Valdetário.

Fonte: Diário do Nordeste