Somente no primeiro semestre deste ano, trabalhadores de treze municípios do interior do Ceará já se beneficiaram com o projeto Justiça do Trabalho Itinerante. Foram 698 audiências realizadas por magistrados e servidores do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT/CE) para beneficiar a população de Acaraú, Amontada, Bela Cruz, Boa Viagem, Camocim, Canindé, Cruz, Jijoca de Jericoacoara, Itarema, Milha, Pedra Branca, Marco e Morrinhos. Nenhum dos municípios possui vara do trabalho.

A empregada doméstica Antonia Ferreira de Araújo foi uma das beneficiadas. Após ter trabalhado três anos sem receber salário mínimo, férias e outros direitos, ela conseguiu firmar acordo com os antigos patrões. Vai receber R$ 1.500 e para isso não foi preciso se deslocar de Pedra Branca, onde mora, para a vara do trabalho mais próxima, que funciona em Quixadá, a 160 km de Fortaleza.

O juiz Robério Oliveira, titular na vara do trabalho de Quixadá, explica que a realização da justiça itinerante foi a forma encontrada para tornar a Justiça do Trabalho mais próxima e presente na vida de pessoas que não podem se deslocar até um município que possua vara do trabalho. “Sem a Justiça Itinerante, certamente elas teriam dificuldade para defender os seus direitos”, explica.

Em 2010, o projeto justiça itinerante realizou 464 audiências e celebrou 84 acordos, que garantiram R$ 156, 5 mil em créditos pagos a trabalhadores. No ano passado, foram 931 audiências e 151 acordos que totalizaram R$ 534 mil. Além de audiências, juízes e servidores esclarecem dúvidas da população sobre direitos e prestam, por exemplo, informações sobre processos e documentos necessários à proposição de ações.

Um dos fatores que asseguram o sucesso do projeto é a parceria com as direções de fóruns locais das justiças comum, federal e eleitoral. Um protocolo de cooperação foi assinado entre os quatro ramos do poder judiciário no Ceará, em 2009, com o objetivo de oferecer aos cearenses uma Justiça integrada.

Aceitação: A iniciativa de promover a Justiça itinerante é aprovada pelos empregadores e trabalhadores. “Somos muito bem atendidos e foi ótimo porque houve acordo na audiência, sem precisar ir de Pedra Branca até Quixadá”, afirma a empregada Antonia Ferreira de Araújo. “É um trabalho valoroso, pois facilita o acesso dos cidadãos à Justiça e proporciona às partes mais rapidez e eficácia na solução do problema”, acrescenta o advogado Geraldo Silva Neto.

Fonte: TRT7