Segundo um levantamento apresentado na tarde desta quinta feira (19) na OAB-CE, 46 diferentes sistemas são utilizados pela Justiça nas 27 unidades da Federação. Sete deles são usados somente no estado do Ceará, causando transtornos à prática advocatícia e prejuízos para o cidadão. O advogado tem que se credenciar e aprender a operar com cada sistema, nem sempre compatíveis com os computadores do escritório. “Os sistemas são feitos sem pensar na gente”, afirmou Valdetário Monteiro. “E nunca vi nenhuma pesquisa de avaliação da satisfação do jurisdicionado”, completou, lembrando o prejuízo causado ao cidadão.

A idéia da unificação do sistema partiu do Ceará e se transformou numa luta nacional que ainda está longe de terminar, mesmo com a Emenda Constitucional 45/2004. “A unificação começou pela Justiça Trabalhista, mas ainda é lenta”, reclamou o coordenador da Capacitação Nacional em PJE do Conselho Federal, João Luis Couto, para quem “é muito difícil consertar o avião quando ele está em pleno vôo”. Para o presidente da Comissão de Informática Jurídica da OAB-CE, Renato Torres, “a unificação fica inviabilizada por questões políticas e econômicas”, uma vez que os estados que investem em um sistema não teriam condições de adotar outro. “Mas a Justiça é uma”, completou.