Na última quarta-feira (9) foi celebrado o Dia Internacional de Combate à Corrupção, marcado por escândalos e desvios de verbas públicas, políticos presos e achincalhamento na Câmara Federal jamais vistos neste país. Isso nos leva a um questionamento: Será que o esforço de combate à corrupção mudou a postura do país depois da Convenção ratificada por 181 países, dentre eles o Brasil, que estimula, em âmbito mundial, o combate à corrupção?

A Convenção prevê, entre outras providências, a adoção de leis mais severas, punição para os corruptos e corruptores, educação para cidadania, correção de sistemas eleitorais viciados, principalmente do abuso do poder econômico e político, fim do financiamento privado de campanhas, negociações secretas, subornos, propina, lavagem de dinheiro, que devastam sociedades ao redor do mundo. No Ranking da Percepção da Transparência Internacional, o Brasil, em 2013, ocupou o 72º lugar, perdendo para Bósnia, România e Kuwait.

Hoje, 2015, o Brasil deve está ocupando o 80º lugar ou pior, com o estouro da corrupção na Petrobrás. Somente com medidas enérgicas, de mais transparência dos atos e dos gastos públicos, acesso a informação, melhor controle social e fortalecimento dos órgãos de controle e do Judiciário poderemos reverter essa situação. A corrupção ainda é um dos maiores desafios da atualidade, particularmente no setor público. Os partidos políticos também têm parcela de culpa nessa situação, porque aceitam que pessoas de vida pregressa sob suspeita concorram para cargos eletivos. É chegada a hora de dar um basta e reprimir com rigor os atos de corrupção e intensificar esforços para que não prevaleçam à impunidade e os corruptos e os corruptores, elementos nocivos à sociedade.

Tarcísio José da Silva – Presidente da Comissão de Ética na Política e de Combate à Corrupção Eleitoral da OAB/CE.