Fato inédito na história de uma Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB-CE promove vigília de 24 horas em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua, como forma de protesto e luta contra a morosidade do judiciário cearense e em defesa da Justiça do Estado, apontada em relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como a mais congestionada do país.

 

O ato cívico teve início às 15h desta terça-feira, 3, com a abertura dos trabalhos da  Sessão Ordinária do Conselho Estadual da OAB-CE, realizada no átrio do fórum, e prosseguirá  até às 15h de amanhã com a presença do conselheiro federal da OAB Jorge Hélio Chaves.

 

A vigília faz parte das ações do movimento Justiça Já que desde seu lançamento, em novembro do ano passado, vem lutando em favor da celeridade da justiça.

 

A preocupação da OAB-CE é garantir o funcionamento do fórum, que há meses está parado e exige a implantação imediata de mais duas Varas de Execução Penal, concurso para magistrados e servidores, além de denunciar a falta de juízes e servidores nas Varas de Fortaleza e Comarcas do Interior, a dificuldade de acesso aos processos devido à implantação do sistema de virtualização, demora excessiva nos julgamentos, precariedade da estrutura material e recursos humanos e atraso nas obras de reforma do prédio.

 

Dezenas de advogados e advogadas, além de integrantes do Fórum Estadual Permanente em Defesa da Justiça, membros de Comissões da Ordem, conselheiros da entidade, FESAC, CAACE, subsecções, se revezarão acompanhadas de 24 velas que serão apagadas a cada hora.

 

O presidente da OAB-CE, Valdetário Andrade Monteiro, destacou que a entidade está pela segunda vez naquele fórum participando de movimento pela garantia das prerrogativas profissionais dos advogados e advogadas e direitos dos cidadãos cearenses: “Este é um momento ímpar na história da OAB-CE, em que não podemos ficar indiferentes diante da situação caótica em que se encontra o judiciário cearense. Por isso, a entidade cumpre seu papel institucional, pugnando pelo funcionamento imediato da justiça do Estado, num ato de solidariedade com a classe dos advogados e com a sociedade em geral” enfatizou Valdetário.

 

“O movimento Justiça Já não objetiva a crítica gratuita ao judiciário, mas a defesa intransigente da celeridade dos serviços jurisdicionais”, salientou o coordenador do movimento, Edimir Martins.