A medida tomada pelo Ministério da Educação (MEC) para contornar as denúncias do vazamento de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já encontra opiniões contrárias da própria escola envolvida e no contexto jurídico . Para a comissão de educação e cidadania da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), o cancelamento das provas dos 639 alunos do colégio Christus foi, no mínimo, precipitada e se configurou como um pré-julgamento.

 

Para Edmir Pereira Martins, presidente da comissão, quando se anula a prova de uma escola em pouco tempo estão pré-julgando. "O MEC tentou arranjar um bode expiatório para não assumir que pelo terceiro ano consecutivo houve alguma fraude. Trataram os alunos do Christus de forma diferenciada".

 

Sobre todo o embróglio envolvendo a possível irregularidade, o jurista analisa a situação com bastante preocupação. "Os alunos estão colocados no mesmo nível de culpabilidade. O MEC deveria ter suspendido os resultados de todo o Brasil e fazer um processo de investigação se realmente esses alunos tiveram alguma responsalidade", explica.

 

"Foi precipatado. No material encontrado não tem nenhum timbre da escola. Quem garante que apenas os alunos do Christus tiveram acesso? Alguns deles nem tiveram acesso a isso. O correto é um processo de investigação muito séria".

 

Vendo de perto

De acordo com Edmir, a OAB está esperando a investigação do Ministério Público Federal (MPF) e está aguardando a Polícia Federal. "Atualmente está se maculando uma instituição educacional. Tem que haver a comprovação da ilegalidade", argumenta.

 

Posicionamento do colégio

O Colégio Christus divulgou uma nota de esclarecimento, na noite desta quarta-feira (26), afirmando considerar "ilegal e abusiva" a anulação da prova de 639 alunos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

 

A nota de esclarecimento, dirigida a "alunos e familiares", afirma que o colégio vai buscar a defesa dos direitos de seus alunos administrativa e judicialmente.
 

 

Fonte e foto: Diário do Nordeste