Em um país ainda tão desigual como o Brasil, aonde poucos possuem muito, enquanto expressa parte da população é forçada a viver com quase nada, sem dúvida é um privilégio poder trabalhar com o que se gosta. Partindo de tal pressuposto, considero-me um felizardo, pois além do profundo respeito que tenho ao Direito, simplesmente amo advogar. E faço com paixão.

Na verdade, o Direito está impregnado em minha essência, já que também sou filho de um advogado, Raimundo Bezerra Falcão, que mesmo aposentado, conserva até hoje uma grande devoção por sua profissão. Sendo assim, desde criança habituei-me a viver cercado de todo tipo de literatura jurídica e escutar costumeiramente elogios emocionados e emocionantes sobre o exercício da advocacia.

A consolidação do Direito no Brasil iniciou-se ainda no tempo do Império, e em 1827 foi criada a primeira casa de ensino jurídico do Brasil; a Faculdade de Direito de Olinda, que mais tarde se mudaria para Recife e adotaria o nome de Faculdade de Direito do Recife. Contudo, a raiz do Direito é bem mais aprofundada, e se mistura com a própria humanidade moderna, já que os primeiros advogados, que respondiam pelo título de “Oratores”, surgiram em Atenas, por volta do século IV antes de Cristo.

No Brasil temos nossa profissão bem regulamentada, e uma entidade que rege os direitos de toda a classe: a Ordem dos Advogados do Brasil, que foi criada por decreto do então presidente Getúlio Vargas, em 18 de novembro de 1930.

Com uma história de mais de oitenta anos, a OAB sempre participou dos momentos mais importantes da história recente do país, ajudando na consolidação da soberania brasileira e preservação do Estado de Direito.

Toda vez que a sociedade se vê ameaçada por denúncias que possam afetar o rumo da democracia, ela logo espera um posicionamento firme da nossa Ordem. E nunca nos furtamos de nos posicionarmos. Foi assim, por exemplo, apenas para citar os casos mais recentes, na redemocratização da política brasileira; no movimento Fora Collor; na crise do mensalão, e, mais recentemente, nesse novo escândalo envolvendo o contraventor Carlinhos Cachoeira.

A OAB-CE também nunca fugiu à luta, e sempre esteve presente nos momentos em que o povo cearense mais precisou. Ou quem não se lembra da participação fundamental da OAB-CE, para que em janeiro último, os policiais militares retomassem aos trabalhos após aqueles terríveis dias de impasse com o Governo do Estado?

Sendo o Direito um campo com uma amplitude infindável, o advogado acaba tendo um leque muito grande de opções para trilhar pelos caminhos que melhor lhe seduzir. Contudo, naturalmente, independentemente de qual especialização o profissional decidir trilhar, o rígido e inviolável Código de Ética e Disciplina é o mesmo, norteando nossa profissão sempre em prol de uma sociedade mais justa e consolidada.

“O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”, Constituição Federal, artigo 133.

Fonte: Blog Eliomar de Lima