A Ordem dos Advogados do Brasil Secional Ceará, no papel de defensor intransigente da advocacia, luta contra a morosidade da Justiça, um dos empecilhos ao trabalho do advogado. A atual gestão vem batendo em um dos pontos mais preocupantes que entrava a Justiça Comum do Ceará: a falta de juízes e servidores nas varas.  Para reivindicar soluções para o problema, a Diretoria lançou campanha contra esse caos. Ainda no primeiro ano da gestão, foi criado o movimento revolucionário e pioneiro no Brasil, o “Justiça Já – Não dá Mais Para Esperar”.

Em novembro de 2010, centenas de advogados, advogadas, juristas, estudantes de Direito, magistrados, defensores públicos e representantes de entidades civis organizadas se reuniram na rampa do Fórum Clóvis Beviláqua com o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, e com a diretoria da Secional Ceará da entidade para dizer que não aceitam mais o congestionamento da Justiça Estadual. Após o manifesto, a Diretoria Secional e Ophir Cavalcante se reuniram com o governador Cid Gomes e, na oportunidade, entregaram uma carta com propostas para melhoria dos serviços jurisdicionais, entre elas concurso público, ampliação das varas criminais e aumento do orçamento para o Poder Judiciário.

Ao longo de quase um ano e meio, o movimento teve desdobramentos. Ainda em 2010, a OAB-CE criou o Fórum Permanente em Defesa da Justiça, espaço aberto de acompanhamento da atuação do Poder Judiciário através da realização de seminários e debates envolvendo diversos segmentos da sociedade civil.

Em dezembro de 2010, realizou-se vigília de 24 horas em frente ao Fórum Clóvis Beviláqua no sentido de despertar a sociedade para a morosidade da prestação jurisdicional, além de garantir o funcionamento do Fórum.

No entanto, quase nenhuma solução foi adotada pelo Poder Judiciário. O Interior do Ceará enfrenta a falta de magistrados e o acúmulo de processos. Cerca de 70 comarcas estão sem juiz titular, 103 vagas ociosas e quase 90% dos servidores que trabalham nos fóruns são cedidos pelas prefeituras e câmaras municipais.

Para combater a situação, a entidade lançou a campanha publicitária “Sem Advogado Não Há Justiça”. Também foi lançado o Manual de Prerrogativas e Direitos dos Advogados pela Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados e pelo Centro de Apoio e Defesa do Advogado e da Advocacia (CADAA).

A cruzada em defesa do Estado Democrático de Direito continua, em 2012, com a realização de audiências públicas nas Câmaras Municipais para discutir a problemática e apresentar soluções. Icó, Iguatu, Acopiara, Tianguá, Maranguape, Aracati, Acopiara, Tauá e Jaguaribe já sediaram o debate.

Foi criada também a Central de Acompanhamento de Prazos Processuais que possibilita ao advogado e à sociedade solicitar apoio da OAB-CE no sentido de agilizar despachos em processos judiciais.   Foram várias as representações da OAB-CE junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a paralisação na redistribuição dos processos, contra o processo de virtualização no Fórum Clóvis Beviláqua, que estava sendo realizado no arquivo morto, e denúncia da demora na conclusão da reforma do Fórum. A OAB-CE também cobrou e conseguiu do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) a ampliação da carga horária dos servidores judiciários de 30 para 40 horas. Outra ação da entidade foi recorrer ao CNJ para que a vaga do Quinto Constitucional do Tribunal Regional do Trabalho da Sétima Região (TRT7) seja assegurada para a OAB. Além disso, a Ordem defende a realização de concurso para juízes e a convocação dos aprovados em caráter de urgência.

Em maio de 2012, a Diretoria e o Conselho Secional realizaram ato cívico na rampa do Fórum Clóvis Beviláqua, cravando 400 cruzes para chamar a atenção da sociedade cearense para a falta de juízes, servidores, defensores públicos e oficiais de justiça. Mais de 600 advogados participaram do manifesto.