No próximo dia 1º de agosto o mais antigo funcionário da Ordem dos Advogados do Brasil Secional Ceará (OAB-CE), Calvino Pereira da Silva, o “Seu Clavino”, completa 50 anos de dedicação à entidade. Foi em 1962 que o jovem de 18 anos, vindo de Russas, chegou para trabalhar como contínuo na Ordem. Fazia limpeza, cobrança dos advogados e outras coisas mais. Foi levado pelo advogado Carlos Alberto Martins Rodrigues. O lugar era uma salinha de 6×6, no 4º andar do Fórum Clóvis Beviláqua que funcionava no Centro da cidade e abrigava secretaria, tesouraria e gabinete do presidente.

“Na época o advogado pagava anuidade na própria OAB porque eram tão poucos. Com uma semana de trabalho tive a tarefa de transcrever os documentos para o processo dos membros da Ordem. Fui aprendendo as coisas ao trabalhar em outros setores”, lembra. Calvino conta que quando entrou na entidade a carteira da OAB estava no número 1.004. Conhece tudo na OAB. A sua história é extensa. Passou por 22 eleições e serviu a 36 diretorias. E conheceu os primeiros advogados do Ceará, como Olavo Oliveira, Raimundo Girão, Clodoaldo Pinto e Olinto Oliveira. “São detalhes que vão marcando a vida da gente”, diz, emocionado.

Calvino foi testemunha ocular da evolução da OAB, como ele mesmo gosta de dizer. Foram muitas mudanças. A começar pelos locais da sede. Na gestão de Lauro Maciel Severiano é que a Ordem foi para o Fórum. Em 1970, mudou-se para o Clube do Advogado, no Centro. “Com isso a instituição passou a ser mais vista pelas pessoas. Tive o privilégio de acompanhar o crescimento da entidade que já nasceu importante para os advogados e para o povo. Assusto-me, hoje, com a grandiosidade da Ordem”, destaca.

Calvino Pereira se tornou referência e patrimônio humano da instituição. “Costumo dizer que a OAB me adotou. Isso porque quando cheguei tinha 18 anos e a entidade 29”. Essa é a história de um jovem que conheceu o amor de uma jovem senhora. Sobre sair, Calvino comenta que está fora dos seus planos. “Pretendia me aposentar quando fizesse 50 anos de trabalho, mas desisti. Se a OAB me aguentar ainda vou passar muito tempo por aqui”, brinca.