Os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) dos 26 Estados do país barraram até agora 317 candidatura a prefeito, com base na Lei da Ficha Limpa.  O número deve aumentar, já que em 16 tribunais ainda há casos a serem julgados. O recordista é o Estado de São Paulo, com 54 fichas-sujas. No Ceará foram 36.

Todos os candidatos barrados pelos tribunais regionais podem recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A presidente do tribunal, Cármen Lúcia, já disse que não será possível julgar todos os casos até as eleições, mas antes da diplomação todos estarão julgados. Os nomes barrados pelos TREs irão aparecer nas urnas eletrônicas, mas todos os seus votos serão considerados “sub judice”, até a decisão final do TSE. Se o ficha-suja for eleito e seu recurso indeferido, assume o segundo mais votado.

Entre os barrados, destacam-se o ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti (PP-PE) e a ex-governadora Rosinha Garotinho (PR-RJ).  Severino tenta se reeleger prefeito de João Alfredo (PE) e foi enquadrado na lei por ter renunciado ao mandato de deputado federal, em 2005, sob a acusação de ter recebido propina de um concessionário da Câmara.

Já Rosinha Garotinho, atual prefeita de Campos (RJ), teve o registro negado sob a acusação de abuso de poder econômico e uso indevido de meios de comunicação durante as eleições de 2008.  A maioria dos barrados foi enquadrada na Lei da Ficha Limpa que torna inelegíveis aqueles que tiveram contas públicas rejeitadas por tribunais de contas ou tenham sido condenados por órgão judicial colegiado ou renunciado ao mandato para se livrar da cessação.  De iniciativa popular, a lei foi sancionada em 2010, mas só passou a valer em sua integralidade na eleição deste ano.