O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará, Valdetário Monteiro, lamentou a decisão de cancelar o Réveillon de Fortaleza por considerar “fracos” os argumentos da Prefeitura. “A justificativa de que, a partir de meia-noite, mudaria o gestor e o serviço público teria descontinuidade, é ferir de morte a Constituição. É como se imaginasse que, entre meia- noite e 17 horas, antes da posse do novo prefeito, os hospitais de Fortaleza fechassem e a Guarda Municipal não funcionasse.”

Monteiro admite a legitimidade para um órgão como o Ministério Público recorrer da decisão. A a assessoria do MP informou ao O POVO que, se considerar pertinente, o órgão pode acionar a Justiça. Mas admitiu não haver ainda mobilização.

Quem se adiantou ao resultado da licitação da queima de fogos, previsto para sair hoje, e começou a organizar o serviço pode ficar no prejuízo. Sócio-proprietário da empresa Arte&Fogos MS Promoções Ltda., Márcio Santana soube do cancelamento da festa no aeroporto, vindo para Fortaleza. Ele é de Minas Gerais e executou o serviço em anos anteriores. “Não pus o prejuízo na ponta do lápis, mas não é pequeno. Sem contar que vou ficar sem Réveillon, porque recusei convite de Recife e apostei aí.”

Ele descarta levar o caso à Justiça. “Montei o show por conta e risco. Mas a parte mais prejudicada é a cidade. Dificilmente a imagem da festa vai se recompor”, disse.

A despeito da divulgação de quem montaria o palco dos shows (a Arte Produções, vencedora da licitação conhecida ontem), Cid Gomes revelou que “o Estado tem licitações de palco e som. Isto não é problema.” (JD/BC)

Fonte: O Povo