A vítima, réu de um processo de homicídio, tinha acabado de sair de uma audiência no Fórum Clóvis Beviláqua e foi abordada quando estava em um táxi. Polícia acredita que caso tenha relação com briga de gangues

Um homem foi executado com 10 tiros na tarde de ontem na rua Carlos Ribeiro Pamplona, ao lado do Fórum Clóvis Beviláqua, no bairro Edson Queiroz. A vítima tinha acabado de sair de uma audiência e foi abordada quando estava em um táxi. Um amigo que o acompanhava levou um tiro no abdômen.

A vítima tinha ido ao fórum para acompanhar a audiência de um processo de homicídio do qual era réu. Ele não foi ouvido na audiência, apenas testemunhas do caso. O delegado Fábio Torres, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), não soube informar os detalhes do processo.

A principal linha de investigação da Polícia aponta que a execução foi motivada por brigas de gangues do Conjunto São Miguel, no bairro Messejana. A comunidade é conhecida por disputas entre os grupos rivais Coqueirinho e Mangueira. Os dois passageiros do táxi eram moradores da Mangueira, segundo o delegado Fábio Torres.

O taxista Antônio Cardoso de Mesquita contou que as duas vítimas subiram no veículo em um ponto de táxi ao lado do Fórum. Com eles, estava outro grupo de pessoas, que subiu em outro táxi.

O delegado informa que o táxi foi interceptado por um Voyage de cor preta, ocupado por pelo menos três homens. Dois desceram e efetuaram os tiros. A vítima, Francileudo Ferreira Lima, 26, foi atingida com 10 tiros, a maioria de pistola ponto 40, e morreu no local. Wellington da Costa Cruz, 20, amigo da vítima que vinha no banco traseiro, foi baleado no abdômen.

Torres relata ainda que os acusados trocaram tiros com homens da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), que passavam no local no momento da abordagem ao táxi.

O táxi foi atingido com cerca de 20 tiros. “Eu nem lembro se me abaixei, se me deitei. Saí do carro tonto com tantos tiros. Se não fosse o soldado (da PRE), com certeza eu tinha morrido também”, conta Antônio Marcos, que foi baleado de raspão no braço.

Investigação

Os criminosos fugiram logo após os disparos. Na fuga, eles deixaram cair uma pistola ponto 40. O Voyage usado no crime foi furtado, de acordo com Fábio Torres. A Polícia já tem pistas das identidades dos criminosos, segundo do delegado. “Possivelmente, eles são moradores do Coqueirinho”, diz.

Francileudo respondia por seis homicídios, porte ilegal de arma e formação de quadrilhas. Fábio Torres acredita que ele respondia pelos crimes em liberdade, pois não havia nenhum mandado de prisão expedido contra ele.

Wellington foi levado ao Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro. Ele estava consciente, segundo os policiais que atenderam a ocorrência. Não há informações se ele tem passagens pela Polícia. Ninguém foi preso.

ENTENDA A NOTÍCIA

Vítima acabara de sair de uma audiência no Fórum Clóvis Beviláqua quando foi assassinada com 10 tiros. Francileudo Ferreira Lima, 26, era réu de um processo de homicídio. Ele morava no São Miguel, em Messejana.

Saiba mais

Segundo o delegado Fábio Torres, 12 cápsulas de ponto 40 foram encontradas próximo ao táxi.

A rua onde ocorreu o crime fica localizada entre o Fórum Clóvis Beviláqua e o supermercado G Barbosa. Vários curiosos se aglomeravam para ver a ocorrência.

Na semana passada, um adolescente de 16 anos foi morto a tiros, após sair da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), no bairro São Gerardo. Ele estava acompanhado da mãe e se dirigia ao táxi do padastro quando foi abordado por dois homens que estavam em uma motocicleta. Ele foi atingido com um tiro no ombro direito e a bala acabou atingindo o coração. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios.

Fonte: O Povo (link da matéria aqui)