SUma manifestação de protesto vai ser realizada pela OAB-CE, amanhã (27), às 11 horas, no átrio do Fórum Clóvis Beviláqua, em repúdio às agressões desferidas ontem (25), por um sargento e o tenente da Polícia Militar, contra o advogado Wladimir Gonçalves Arruda (OAB-CE nº 21.066). A decisão foi tomada durante a sessão ordinária do Conselho Seccional, realizada na tarde desta quinta feira (26), onde a vítima compareceu e apresentou a denúncia da agressão em detalhes.

Segundo termo de declaração tomado pelo Centro de Apoio e Defesa do Advogado e da Advocacia, depois de ser destratado no controle de entrada, “recebeu uma ‘mãozada’, desferida pelo sargento Medeiros e, ao se virar, foi novamente agredido, por várias vezes, no peito com o punho do policial, que disse: ‘você é muito gaiato, tu pensa que tu é quem, seu moleque safado?’”, declarou. Contou também que teve o braço torcido e levado a uma sala do Fórum, onde foi algemado e obrigado a sentar no chão pelo tenente de nome Freitas.

Arruda declarou também foi levado numa viatura para uma delegacia, onde voltou a ser agredido e intimidado pelos PMs. Além do Centro de Apoio, também deram apoio ao advogado agredido o tesoureiro da OAB-CE e membro da Comissão de Prerrogativas do CFOAB, Marcelo Mota, e o integrante da Comissão de Prerrogativas, Carlos Rebouças. Arruda fez um boletim de ocorrência e teve expedida uma guia para realização de Exame de Corpo de Delito, o que foi efetivamente realizado no IML.

“O que ocorreu ontem no Fórum não ocorria nem nos piores anos da ditadura”, afirmou o presidente, que foi acompanhado pela unanimidade dos conselheiros. “Precisamos dar uma resposta rápida e imediata a uma agressão absurda que não é só a um advogado, mas a toda a advocacia”, convocou. Além da manifestação, o Conselho deverá decidir pela realização de um desagravo na porta do Fórum, contra os policiais. A proposta tem como relator o conselheiro Ademar Mendes Bezerra Júnior.

Outra medida tomada pela OAB-CE para o caso foi encaminhar uma representação ao controlador geral dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário, Santiago Amaral Fernandes, onde se incluem dois pedidos: a instauração de processo administrativo-disciplinar para a apuração dos fatos e eventual punição dos militares; e o afastamento preventivo deles das funções que exercem na Polícia Militar, até a conclusão das investigações do caso.