Campanha LaçadorA OAB-CE lançou, na manhã desta quarta-feira (1°), a campanha “Diga Não ao Laçador”. O lançamento aconteceu no Fórum Autran Nunes e na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE). Segundo o presidente em exercício da OAB-CE, Ricardo Bacelar, a importância da campanha se faz em razão da situação grave dos atravessadores que atuam ilegalmente na justiça do trabalho, INSS, DPVAT e juizados especiais federais, na Capital e no Interior do Estado.

“Não são advogados e fazem captação ilícita de clientela, usam paletó e comparecem às audiências. É um afronta à advocacia”, ressalta. “A OAB-CE enfrenta, pela primeira vez, o problema de forma contundente”, disse o presidente em exercício, Ricardo Bacelar.

Os “laçadores”, como são chamados no meio da advocacia, são atravessadores que ganham comissão pelo agenciamento de causas e ‘recrutam’ clientes em torno dos Fóruns trabalhistas para que os mesmos entrem com ações contra empresas e patrões. Tais problemas trabalhistas muitas vezes, nem existem, mas os “laçadores”  acabam por convencer a pessoa abordada a abrir um processo, pois os escritórios cobram dos clientes para abrir tais ações.

De acordo com o vice-presidente em exercício, Jardson Cruz, A OAB-CE vem realizar essa campanha para os advogados que militam na área trabalhista e previdenciária e visa punir essas pessoas que fazem esse trabalho de intermediação. “Vamos alastrar essa campanha por todo o Estado do Ceará. Nas agências do INSS, no Interior e na Capital. É uma campanha que necessita da compreensão em conjunto de todos os colegas que militam nessa área” ressalta.

Para o Superintendente Regional do Trabalho (SRTE), Francisco Ibiapina, a OAB está cumprindo um papel importante na defesa das prerrogativas do advogado. “É uma forma que a OAB encontra para fazer valer os direitos perante à justiça. Por isto, essa campanha vem atender uma dificuldade que encontramos, porque todos os nossos serviços são gratuitos, e os laçadores acabam por oferecem uma orientação equivocada aos trabalhadores e isso acarreta em prejuízos”, salienta, completando que muitas vezes nem é preciso recorrer a processo trabalhista, mas os laçadores acabam por atuar com este propósito.

Para o superintendente substituto da SRTE, Wellington Silva, a campanha é fundamental para proteger o trabalhador, pois são abordados no meio da rua, são cobrados valores acima do permitido e muitas vezes acabam perdendo suas causas por conta das fraudes. “É uma concorrência desleal” diz.

Para atender aos casos, a OAB-CE disponibiliza um serviço de coleta de denúncias por meio do 0800 724 2116.