Ricardo Bacelar (OAB-CE)Pesquisadores e gestores de cerca de 120 instituições de mais de 650 países participaram, ontem, no Rio de Janeiro, do encerramento da IV Conferência Mundial sobre Integridade Científica (4th World Conference on Research Integrity). O evento internacional, que teve início no dia 31 de maio, discutiu a relação entre integridade na pesquisa e medidas associadas com a melhoria das práticas nos sistemas de ciência e tecnologia.

O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – secção Ceará (OAB-CE) e mebro da Comissão Nacional de Relações Internacionais do Conselho Federal da OAB, Ricardo Bacelar, esteve na conferência representando o presidente nacional da entidade, Marcus Vinícius Coelho. Especialista em direito autoral e da propriedade intelectual, Bacelar apresentou no evento o trabalho desenvolvido por ele que trata do combate ao plágio no ensino brasileiro.

“O documento se tornou referência no ambiente acadêmico no Brasil, como iniciativa da sociedade civil organizada na luta contra o desrespeito aos direitos autorais e à venda ilegal de monografias e teses acadêmicas, ressaltando a importância das questões éticas na pesquisa científica e pontuando os malefícios da falta de políticas públicas eficazes para formar uma cultura de respeito à propriedade intelectual”, disse Bacelar.

 

Plágio

De acordo com o advogado, 25% de tudo que é produzido cientificamente no mundo estão em xeque por conta do desrespeito aos procedimentos de pesquisa, envolvendo fraudes, plágios, manipulações de hipóteses e do conflito de interesses, o que gera consequências nefastas para a evolução do conhecimento. “Isso produz uma cadeia de falta de integridade ética de dimensões mundiais, que provoca grandes danos ao progresso da ciência, sem falar na parte ética”, avaliou o vice-presidente da OAB-CE.

Segundo Bacelar, a conferência trouxe um alerta para a necessidade de se tomar providências a fim de combater os malefícios à produção científica.

A OAB tem um papel histórico, ressalta o advogado, na participação dos grandes temas que dizem respeito à legalidade, aos ideais democráticos, à justiça social, além de assuntos corporativos da advocacia. “Trata-se de uma entidade que conta com quase 90 anos de lutas em defesa da sociedade e cidadania. Neste contexto, em que se debate a pesquisa científica e busca-se um ambiente de zelo aos princípios éticos e boas práticas, a OAB é protagonista”, afirmou.

Apontado como líder na América Latina em iniciativas sobre integridade científica, o Brasil, segundo Bacelar, ao mesmo tempo, atravessa forte crise relacionada à corrupção. Por conta disso, ele diz ser importante que a academia esteja vigilante quanto ás questões éticas da pesquisa, absorvendo experiências dos países participantes da conferência.

Fonte: Diário do Nordeste