A Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará, através da sua Comissão Especial de Mediação, Conciliação e Arbitragem (CEMCA), realizou, nos dias 19 e 20 de novembro de 2020, o I Congresso de Mediação, Conciliação e Arbitragem. De forma virtual, o evento difundiu os meios adequados de resolução de conflitos e atualizou os participantes quanto aos seus avanços e amplitudes diante das novas ferramentas que foram introduzidas pelo novo Código de Processo Civil, além dos novos desafios da área diante da pandemia.

Como uma das idealizadoras do evento, a presidente da CEMCA, Suzyanne Pessôa, conduziu a mesa de abertura e agradeceu o apoio de todos na realização do Congresso, principalmente aos membros da Comissão. “Estamos todos unidos e movidos pelo mesmo desejo: implementar cada vez mais o conhecimento dentro da área dos métodos adequados de resolução de conflitos. Foi um evento importante, que contou com o engajamento da advocacia e de profissionais que atuam na área, fortalecendo o instituto da mediação com intercâmbio de experiências e troca de ideias”, destacou.

Durante a abertura, o presidente da OAB-CE, Erinaldo Dantas, parabenizou toda a Comissão pela realização do evento, classificando a temática como de extrema importância para o desenvolvimento da área. “Resolver conflitos será o verdadeiro futuro da advocacia e do Direito. A solução é diminuirmos a quantidade de processos no Judiciário e haver uma atitude mais ativa por parte de advogados e advogadas na solução das demandas, criando uma cultura de pacificação. A conciliação, a mediação e a arbitragem serão cada vez mais fortes. Que a gente possa capacitar mais e mais pessoas para a resolução de conflitos”, defendeu.

Mediadora da mesa de abertura, coordenadora da pós-graduação de Resolução de Conflitos da Uni7, Lilian Gondim, manifestou a alegria em participar do Congresso que trouxe temas tão relevantes. “As temáticas apresentadas são muito pertinentes. A co-mediação, o autoconhecimento do mediador e a mediação online são maravilhosos temas e necessários para a continuidade do trabalho de pacificação social e dos negócios que sempre estamos à frente”, apontou.

A advogada e presidente da Comissão Especial da Advocacia na Mediação e na Conciliação da OAB-SP, Ana Luiza Isoldi, ministrou a palestra “Mediador: Autoconhecimento e Prática” e trouxe reflexões acerca da atuação na mediação de conflitos. “Se eu não consigo entender quem eu sou e o que estou fazendo ali, com certeza vou acabar interferindo talvez além daquilo que é combinado com as pessoas numa mediação. E, muitas vezes, essa intervenção não é sequer percebida. É preciso o tempo todo se dedicar para estudar e se preparar nessa autopercepção. Se preparar tecnicamente e se preparar no estado de presença, no equilíbrio, no desenvolvimento da sensibilidade”, explicou.

Com a palestra “Complementaridade da Co-mediação no Âmbito da Mediação Empresarial”, a advogada e presidente da Comissão de Mediação e Arbitragem da OAB-PE, Soraya Nunes, falou sobre como os conflitos empresariais podem ser resolvidos e o quanto a atuação conjunta e colaborativa dos mediadores contribuem para a construção do consenso. “As empresas são feitas de pessoas. E os conflitos são instaurados exatamente em relação às pessoas. Então, apesar de estarmos olhando para a empresa enquanto seu papel econômico e financeiro, nós precisamos olhar para essa empresa numa perspectiva do cuidado com as pessoas. Com a complementaridade de conhecimento e com a atuação conjunta nós temos um grande aprendizado e um procedimento que é muito construtivo e produtivo”, ressaltou.

Advogada, mediadora e conciliadora judicial do Centro Judiciário de Solução de Conflito e Cidadania da Comarca de Timon/MA, Vanessa Amorim, ministrou a palestra “Mediação Online” e tratou de como essa ferramenta tem servido e sido utilizada na resolução de conflitos. “Para a mediação acontecer, além de conhecer as plataformas, precisamos de habilidades e diferenciais para estar no ambiente online e promover empatia, onde as pessoas se sintam acolhidas. O mediador precisa pensar em coisas que antes talvez não pensasse, tendo um refinamento para estar nesse ambiente online, além da necessidade de escutar bastante”, pontuou.

Durante o segundo dia, o I Congresso de Mediação, Conciliação e Arbitragem contou com a participação da advogada precursora da mediação condominial no Brasil e membro da Comissão Especial da Advocacia na Mediação e na Conciliação da OAB-SP, Ana Luiza Pretel, que ministrou palestra com o tema “Mediação Condominial”. Já a advogada e mediadora judicial do Centro de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) de Santana de Parnaíba-SP, Celeida Laporta, falou sobre a “Mediação Laboral”. O advogado e presidente do Conselho de Administração do Instituto de Mediação e Arbitragem do Brasil (IMAB), Adolfo Braga Neto, ministrou a palestra “Aspectos Atuais da Arbitragem”. A mediação da mesa ficou por conta do advogado e presidente da Câmara de Arbitragem – Fórum de Justiça Arbitral, Antônio Esmeraldo.

Responsável pela fala de abertura do segundo dia, a coordenadora de eventos e presidente da Comissão da Mulher Advogada (CMA) da OAB-CE, Christiane Leitão, ressaltou a importância da abordagem de todos esses meios adequados de composição para desafogar o Judiciário. “Nós que somos operadores do Direito temos que ter a consciência da importância do outro. A composição dos litígios não passa só por uma negociação, mas passa também por concessões e pela consciência de que para que possa existir realmente paz social, temos que ter o diálogo. Temos que ter a consciência de que direitos e deveres precisam ser obedecidos, mas que a letra da lei não pode ser só uma imposição, temos que buscar o diálogo e trazer esse olhar da mediação, conciliação e arbitragem”, afirmou.