Francisco Clayton Pessoa de Queiroz Marinho ocupa, merecidamente, lugar de relevo na galeria dos grandes advogados cearenses.

A inteligência, o talento, a habilidade inigualáveis, constituíam a marca indelével do criminalista de escol.

Implacável na acusação, mas sem jamais se afastar da ética profissional, gigante na defesa, Clayton pontificou na advocacia criminal, notadamente na tribuna do Júri, que ele dignificou durante mais de duas décadas.

Cidadão honrado, simples, generoso, amigo leal, advogado padrão, destemeroso, exemplar chefe de família, mestre Clayton fez da advocacia criminal um ministério sagrado, fiel às lições imperecíveis de Ruy Barbosa, Sobral Pinto e Evandro Lins.

Seu amigo íntimo e companheiro no Conselho Secional da OABCE, e, mais tarde, meu Chefe de Gabinete quando exerci as funções do cargo de Secretário da Justiça, pude acompanhar de perto a trajetória luminosa do bravo advogado.

Alma de artista, amante da música, dedilhava as cordas do seu violão e cantava com grande sentimento as composições românticas do nosso cancioneiro.

Seu desaparecimento físico deixa um vácuo impreenchível na advocacia e uma saudade imensa no coração de sua família e de seus amigos.

Mas permanecerá, em espírito, como farol a iluminar a estrada que nos cabe continuar a percorrer como missionários do evangelho do Direito e da Liberdade.

Ernando Uchoa Lima, Ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-presidente da OAB Ceará