Durante a 5ª Sessão Ordinária, realizada na tarde da última quinta-feira (28/07), o Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará aprovou a criação da “Medalha Wagner Barreira – Reconhecimento à jovem advocacia por serviços prestados à Ordem dos Advogados do Brasil”.

O processo de N° 186252022-0, foi requerido por Bruno Ellery, diretor adjunto para a Jovem Advocacia da OAB Ceará; Henrique Oliveira e Timóteo Fernando, conselheiros estaduais; Júlia Barreto, presidente do Conselho OAB Jovem e presidente da Comissão de Apoio à Advocacia em Início de Carreira da seccional cearense e teve a relatoria de Ivna Costa, conselheira estadual.

A instituição da medalha pretende homenagear um dos mais relevantes nomes da história da advocacia cearense, Wagner Turbay Barreira, que contribuiu para a formação de jovens advogados e advogadas ao longo de sua vida, enquanto professor universitário e diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, para além de sua honrosa contribuição de 54 anos junto à OAB Ceará, onde deixou um legado e histórico de prestação de serviços.

Erinaldo Dantas, presidente da OAB Ceará, parabenizou os proponentes do processo. “Com tantos anos dedicados à nossa seccional e à advocacia como um todo, Wagner Barreira será para sempre lembrado. Não só por agora ter uma medalha com seu nome, mas por seu histórico de luta em favor da jovem advocacia e seu legado, para sempre eternizado na vida de cada um que teve oportunidade de conhecê-lo. É mais do que devida esta homenagem. Parabenizo os proponentes da criação da medalha pela sensibilidade e iniciativa”, concluiu.

Para Bruno Ellery, diretor adjunto para a Jovem Advocacia da OAB Ceará, a aprovação da comenda simboliza uma conquista para que a jovem advocacia tenha ainda mais voz. “Fico feliz e emocionado com a instituição desta medalha pois, nós que estamos inseridos no cenário da jovem advocacia, sabíamos como era difícil ter voz ativa nas pautas da classe e a partir da gestão do presidente atual, isso foi, enfim, vencido. Então, esse requerimento é também para que o Conselho Jovem tenha ainda mais autonomia e protagonismo nos quadros da Ordem e represente efetivamente a jovem advocacia”, defendeu o também requerente do pleito.

Ivna Costa, relatora do processo, ressaltou durante a manifestação de seu voto, a real motivação da instituição da medalha. “O reconhecimento é uma das principais motivações do ser humano. A instituição da comenda anual, Medalha Wagner Barreira, deseja trazer a consciência e reconhecer o impacto social do trabalho de jovens advogados e advogadas, na defesa dos direitos sociais da classe, em especial na promoção da jovem advocacia”, explicou a conselheira estadual.

A presidente do Conselho Consultivo OAB Jovem e conselheira estadual, Júlia Barreto, pontuou o que representa a criação da medalha para os jovens advogados (as). “Hoje me sinto muito honrada e feliz por essa aprovação, tendo em vista que sou uma jovem advogada e estando na presidência do Conselho, represento a jovem advocacia, tendo voz, vez e voto. Os jovens advogados e advogadas recém-ingressos na Ordem estão sofrendo grandes retaliações por parte do judiciário e essa medalha é um reconhecimento tendo em vista essas adversidades”, apontou a também presidente da Comissão de Apoio à Advocacia em Início de Carreira da seccional cearense.

Emocionado, Edgar Ximenes, conselheiro estadual e bisneto de Wagner Barreira, relatou a paixão do bisavô com a Ordem e a advocacia. “A OAB fez parte importante da vida dele, para a qual, ao longo dos 54 anos em que atuou como Conselheiro Estadual desta Seccional, prestou relevantes serviços em prol de toda a advocacia. Como professor, passou por diversas gerações e quem o conhecia sabia do carinho, dedicação e amizade que ele tinha com seus alunos, pois, para ele, a juventude era quem inovava a advocacia e a sociedade como um todo. Pelo apreço que ele tinha pelos jovens, nenhuma medalha mais apropriada para levar o seu nome do que uma vinculada à jovem advocacia”, disse.

QUEM FOI WAGNER BARREIRA

Wagner Turbay Barreira nasceu em 9 de maio de 1915, em Fortaleza, Ceará. Foi o segundo filho do casal Dolor Ucbôa Barreira e Maria José Turbay Barreira. Casou-se com Maria Luiza Fontenelle Barreira a 23 de janeiro de 1940, sendo filhos do casal Wagner Barreira Filho, Maria Eunice Fontenelle Barreira Teixeira, Maria Luíza Fontenelle Barreira e Maria José Fontenelle Barreira Araújo, todos bacharéis em Direito.

Entre os anos de 1947 e 1950 fez um Curso de Língua Inglesa com o Professor Howard Hill, Master of Arts da Universidade Americana de Ann Habor, Michigan, no Instituto Brasil-Estados Unidos, de Fortaleza. Entre os anos de 1952 e 1953 frequentou na Associação Franco-Brasileira, de Fortaleza, os cursos de Língua Francesa dos Professores Pommerat e Lucien Brosso. Em 11 de agosto de 1964 assumiu, por nomeação do Governo Federal, o exercício do cargo de Diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, que desempenhou até 11 de agosto de 1970.

O jurista foi membro do Instituto dos Advogados do Ceará, bem como da OAB Ceará, de cujo Conselho Seccional, foi conselheiro por sucessivos mandatos, por biênios continuados, totalizando 54 anos. Wagner recebeu também a Medalha Advogado Padrão no ano de 1973 e a Medalha Advogado Professor Padrão em 2012. Foi também sócio da Associação dos Professores do Ensino Superior do Ceará – APESC.

CRITÉRIOS DA COMENDA

Serão indicados em um número máximo de dois (02) advogados e duas (02) advogadas pelo Conselho Jovem da OAB Ceará, e o Conselho Estadual será responsável por escolher os agraciados. A comenda será conferida aos advogados com até 10 anos de exercício profissional, que tenham 5 anos de destacáveis serviços prestados à advocacia, que não tenham sido condenados pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB e que gozem de ilibada reputação.