"Sem fronteiras. Esse é um título adequado e pertinente aos propósitos de uma sociedade livre, justa e igualitária em termos de direitos. Esses são os ideais da advocacia brasileira e da OAB". A afirmação foi feita pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, ao participar ontem (08) da solenidade de abertura do VI Encontro Internacional da Rede dos Advogados Sem Fronteiras (ASF), que será realizado até o próximo sábado (10) na sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília.
Em um rápido discurso na abertura do evento internacional, Ophir afirmou que, nos dias atuais, tornou-se indispensável estender a garantia dos direitos humanos aos grupos mais vulneráveis no mundo, que necessitam de defesa e enfrentam grandes desigualdades sociais e econômicas. "Riqueza e pobreza acentuadas. São duas posições antagônicas que criam guetos e erguem muros de intolerância entre os povos. É o que precisamos combater".
Ophir ressaltou na solenidade que a realização do encontro dos Advogados sem Fronteira neste momento torna-se ainda mais especial, uma vez que acontece a dois dias da celebração da assinatura da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Segundo Ophir, o trabalho abnegado que é realizado em todo mundo por esses profissionais tem sido fundamental para a redução das desigualdades e no avanço do conceito de um Estado mais social, que coloque o homem como a principal motivação dos Estados.
"A globalização, da forma como existe hoje, vem sendo contestada em todo o mundo. Precisamos avançar e lutar por mais produtividade e eficiência, mas com políticas sociais de inserção eficazes e que sejam capaz de garantir a cidadania em seu sentido mais amplo", afirmou o presidente da OAB. Ophir integrou a mesa de abertura juntamente com o presidente da Rede dos Advogados Sem Fronteiras no Brasil, Jean Carbonera; François Cantier, fundador e presidente de honra da Rede; e Saidou Ly, presidente da ASF na Mauritânia, que advoga perante os tribunais africanos. Pela OAB, também integrou a mesa o membro honorário vitalício e presidente da Comissão de Relações Internacionais da entidade, Cezar Britto.
Na solenidade, François Cantier também usou da palavra e fez um relato da atuação dos advogados sem fronteira em massacres e genocídios no Kosovo, Nigéria, Camboja e em Ruanda. Ele ressaltou o apoio à Rede dos Colégios e Ordens de Advogados em todo o mundo como grande ajuda na luta por garantia dos direitos humanos, especialmente em países como o Senegal, onde as pessoas não tem dinheiro para pagar advogados e necessitam de defesa.
Fonte: Conselho Federal
Foto: Eugenio Novaes