O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, criticou a situação do Fórum Clóvis Beviláqua durante visita realizada na manhã desta terça-feira, 20, acompanhando o presidente da Secional Ceará da entidade, Valdetário Andrade Monteiro, conselheiros federais e estaduais. “Estou estarrecido com o desperdício de recursos públicos que se vê aqui. A Justiça virou um depósito de containers, onde se tem imobiliário deteriorado pela falta de gestão para dotar as varas de condições adequadas para o funcionamento”.

Diante desse quadro, a OAB-CE e a OAB nacional vão levar o tema para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Secional alencarina já representou, por diversas vezes, contra as instalações do Fórum e solicitando providência para melhorar o atendimento ao jurisdicionado.

Por quase duas horas, Ophir percorreu todas as dependências do Fórum. Esteve primeiro no Setor de Protocolo, que foi inspecionado, no último dia 12, pelos conselheiros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Jefferson Kravchychyn e Jorge Hélio Chaves. Em seguida, visitou diversas varas, onde constatou a instalação de papéis obstruindo a visão da parte interna nas Secretarias.

O presidente nacional da OAB classificou essa prática de “cultura do biombo” e lembrou que as modernas técnicas de gestão estabelecem transparência.  A resistência à transparência, observou Ophir Cavalcante, ocorre desde a negação dos Tribunais de Justiça em divulgar os subsídios dos magistrados até a cultura dos servidores de se encastelarem e fecharem a visão que a sociedade deve ter.

Para ele, o que está acontecendo no Fórum Clóvis Beviláqua é a negação à transparência. “O cidadão está impedido de fiscalizar o servidor, como se ele (servidor) tivesse o que esconder”.  O presidente também criticou a determinação, afixada na porta de uma das varas, de não “perturbar” o juiz auxiliar.