Prefeitura de Fortaleza diz não haver nenhuma possibilidade de desistir do projeto de construção dos viadutos no cruzamento das avenidas Antônio Sales Engenheiro Santana Júnior. A declaração foi dada nesta terça-feira (20) pelo secretário executivo da Secretaria da Infraestrutura do município (Seinf), Roberto Resende, que representou a gestão municipal em audiência pública promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil Seção Ceará (OAB-CE).

Resende defendeu a construção dos viadutos porque “a prefeitura tem absoluta convicção de que esta é a melhor alternativa”, disse em referência aos projetos criados por estudantes de arquitetura em contrapartida à proposta municipal. Ele ressaltou ainda que a gestão municipal “tem a obrigação de implantar esse corredor de ônibus Antônio Bezerra – Papicu”, o que justificaria a obra.

“Todos sabem que a demanda por transporte público em Fortaleza é carente demais . Os ônibus são desconfortáveis, passam por cruzamentos e cruzamentos. A velocidade é lenta. Então é urgente a implantação de um serviço decente de ônibus”, completou.

O representante da prefeitura afirmou ainda que os viadutos fazem parte do primeiro de nove rotas que serão implantadas nos próximos quatro anos.

Grupo acampado no Cocó teme ação da polícia

A audiência pública teve como objetivo promover o diálogo entre a prefeitura e os manifestantes contrários à construção dos viadutos em área integrante do Parque do Cocó.

Como não houve nenhum consenso entre as partes envolvidas, o vereador João Alfredo, também presente à reunião, pediu a Roberto Resende que tentasse evitar uma ação violenta da polícia contra o grupo acampado no Cocó. O secretário executivo se comprometeu a entrar em contato com o Procurador Geral do Município, José Leite Jucá Filho, para tratar do assunto.

“O Parque do Cocó existe de fato, mas não de direito”, disse o presidente do Conpam

O governo estadual foi representado na audiência pelo presidente do Conselho Estadual de Políticas Públicas do Meio Ambiente (Conpam), Paulo Henrique Lustosa. Segundo ele, “o Parque do Cocó existe de fato, mas não de direito”. Contudo, ele disse que é compromisso do governador Cid Gomes regularizar a área até o fim do mandato.

Além da discussão sobre o impacto da obra no Cocó, foram discutidos outros pontos relacionados à mobilidade urbana na Capital. O encontro foi promovido pelas comissões de Políticas Urbanas e Direito Urbanístico; Direito Ambiental; Especial de Assuntos e Estudos Sobre Direito de Trânsito e Tráfego e; a Comissão de Direito Imobiliário.

Diálogo entre prefeitura e manifestantes não resolveu o impasse

Na última segunda-feira (19), tanto o prefeito Roberto Cláudio quanto os representantes do grupo acampado no Cocó pediram um diálogo entre as partes, a fim de resolver o impasse. Contudo, os manifestantes disseram que só sairão do local quando conseguirem “um diálogo aberto e amplo com o prefeito e a legalização do Parque do Cocó”.

Com a declaração da prefeitura de que não desistirá da construção, o impasse continua. Além disso, também nesta terça-feira , a prefeitura solicitou à justiça estadual a reintegração de posse da área.

 

Fonte: Diário do Nordeste