Advogados do Centro de Apoio e Defesa do Advogado da OAB-CE visitaram, na tarde desta sexta feira (17), a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública, onde tomaram informações sobre o andamento do processo que investiga a agressão praticada pelo inspetor da Polícia Civil, João Batista Felix Castro, contra a advogada Elizângela dos Santos Silva. A visita foi realizada três dias depois da OAB-CE entrar com uma representação em que pedia o afastamento preventivo e a posterior demissão do inspetor. Participaram da visita o coordenador do Centro, José Navarro, os membros Robson Sabino e Paulo Oliveira, mais três estagiários de Direito.

A comissão foi recebida pelo controlador-geral adjunto, Frederico Sérgio Lacerda Malta, e pela coordenadora de Disciplina da Polícia Civil, Bianca Araújo, que está à frente da apuração. “Estamos às ordens e à disposição para os senhores acompanharem a investigação”, assegurou Malta. A advogada foi atingida com uma cabeçada no rosto, há uma semana, quando representava um cliente no resgate de um veículo apreendido irregularmente pelo policial, na Delegacia Regional de Canindé. A violência do golpe fraturou o nariz de Elizângela, que teve de se submeter a uma cirurgia de correção. “A gente não compactua com essa situação”, afirmou o controlador-geral adjunto.

A natureza e circunstâncias da agressão levaram a Controladoria Geral a afastar preventivamente o inspetor, que estava lotado na delegacia daquela cidade; a recolher a arma, o distintivo e a carteira de policial civil; e a suspender o pagamento de ganhos eventuais, pelo prazo de 120 dias, enquanto corre a investigação administrativa. É o que prevê o artigo 18 da lei Complementar 98/2011 (http://www.cgd.ce.gov.br/portal/file_bd?sql=FILE_DOWNLOAD_FIELD_ARQUIVO_DOWNLOAD&parametros=2386&extFile=pdf). “A gente está solicitando o que já está sendo feito”, avaliou o coordenador do Centro de Apoio, ao final da visita. “A gente vê que existe o interesse do órgão em estar apurando”, comentou.

Segundo o Centro de Apoio, o próximo passo é representar junto à Câmara Municipal de Paramoti, município vizinho a Canindé, onde Castro exerce mandato de vereador. “Vamos pedir o cassação do parlamentar, por falta de decoro”, afirmou Sabino. “Vamos anexar as informações de que ele foi denunciado pelo Ministério Público em dois processos, na capital, e que tem dos TCOs (termos circunstaciais de ocorrência), na delegacia de Canindé; em um deles tendo outra mulher como vítima”, prometeu. Para Oliveira, “nosso papel aqui não é só institucional, mas é também uma preocupação com a sociedade, porque ele (Castro) é um risco para qualquer um de nós”.