upaA Comissão de Saúde da OAB Ceará participa de visitas às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município de Fortaleza. Na tarde desta quarta-feira (23), o grupo, que também é formado pelo Sindicato dos Médicos e da Associação Médica Cearense, visita a UPA do bairro Jangurussu. Ao final, a OAB-CE irá convidar todas as entidades envolvidas, além do Ministério Público do Ceará, para uma audiência pública. A data ainda será agendada.

De acordo com o presidente da Comissão, o advogado e médico Ricardo Madeiro, o objetivo das visitas é avaliar a realidade das condições de atendimento público nesses locais. “Existe uma sobrecarga de trabalho para os médicos. São 200 a 300 atendimentos por dia, o que equivale a 40 atendimentos por médico a cada 12 horas. Não é um número recomendado”, ressalta.

Madeiro alerta que as UPAs vêm ultrapassando sua capacidade de atendimento. O ideal, segundo ele, é que cada paciente ficasse em torno de 6 horas no local, e que a partir daí recebesse alta ou fosse encaminhado para a emergência ou UTI de algum hospital. “Mas o que está acontecendo é uma permanência prolongada. Há pacientes graves, respirando por aparelhos, aguardando há 5 dias por uma transferência. O que é inadmissível. As UPAs estão sendo transformadas em hospitais, devido a ineficiência e ineficácia das redes secundária e terciária ”, ressalta Ricardo.

O que chama atenção, também, segundo ele, é que vários hospitais da rede secundária estão com ampliações de obras inacabadas, com aparência de abandono.

Foto: Prefeitura Municipal de Fortaleza