Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (02/05) na sede da OAB Ceará, a advogada Astésia Teixeira, falou com exclusividade sobre o caso em que foi agredida com dois tapas por um policial militar do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur). O caso aconteceu dia 30 de abril na Beira Mar de Fortaleza. A OAB Ceará, juntamente com a Comissão da Mulher Advogada, está acompanhando o caso.

Na manhã de hoje (02/05), a diretoria da Ordem esteve presente na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e solicitou ao Controlador Geral de Disciplina, Rodrigo Bona, rigor e celeridade na apuração dos fatos. Na visita, também foi solicitado que a advogada concedesse um novo depoimento, que também foi acompanhado pela ordem cearense.

Segundo o presidente da OAB-CE, Marcelo Mota, a Ordem vai continuar acompanhando o caso durante os próximos dias. “Vamos agir dentro da legalidade e acompanhar a devida apuração feita pelos órgãos de controle. A OAB/CE está vigilante e não admite qualquer tipo de agressão física ou moral, especialmente contra uma mulher,” ressalta.

A advogada, Astésia Teixeira, falou da repercussão do caso nas redes sociais. “Considero uma repercussão positiva, pois a sociedade também está pedindo a apuração dos fatos e mostrando que está de olho nas mídias sociais. Hoje em dia os relatos são expostos com facilidade e eu agradeço a quem filmou, porque se não este seria mais um caso impune”, disse.

Para Roberta Vasques, vice–presidente da OAB Ceará e representante da Comissão da Mulher, a atitude do policial foi um ato covarde.”Não podemos deixar que situações como essas aconteçam. A OAB está indignada com essa agressão e vamos acompanhar todos os passos para que a justiça seja feira,” completou.

Também estiveram presentes na coletiva: a vice-presidente da OAB-CE, Roberta Vasques, e o advogado da vítima, Robério Carvalho.

Entenda o caso

Durante a coletiva, a advogada Astésia Texeira explicou que tudo começou quando fez um pedido ao policial militar, para que este abordasse e prendesse um agressor que teve um embate com uma menor de idade nos arredores da Avenida Beira-Mar. Após a conversa, o policial pediu para Astésia falar baixo e a agrediu com duas bofetadas no rosto.

Nas imagens divulgadas nas redes sociais, a advogada aparece falando com dois policiais e um deles grita com ela pedindo para falar baixo, em seguida a agride. O policial também fala palavrões. O outro PM afasta Astésia e ela diz que vai embora, enquanto o policial que deu o tapa continua gritando e sai. A cena foi assistida por dezenas de pessoas que passavam pelo local e divulgada posteriormente nos grupos de whatssap e facebook.

“Só um despreparo policial justifica a situação. Ele deveria conter aquele momento de turbulência, já que muitas pessoas estavam se manifestando e cobrando que o meliante fosse contido, mas o que ocorreu foi um abuso de autoridade, ou seja, uma atitude injustificável”, disse Astésia.

A advogada também agradece a OAB Ceará e a Comissão da Mulher Advogada pelo apoio prestado. “A Ordem cearense vem dando um suporte muito bom. É uma instituição que tem dado um retorno não só a advogada, mas também a mulher”, disse.