Atualmente, no Brasil, as mulheres são maioria da população e, já há alguns anos, são a maior parte do eleitorado brasileiro. Pouco tempo atrás essa era uma realidade bem distante para o público feminino. Se hoje a mulher, mesmo constitucionalmente reconhecida como igual ao homem, ainda sofre com a cultura machista e opressora que está enraizada na nossa sociedade, antigamente essa desigualdade era ainda maior.

Hoje em dia as mulheres podem votar e serem votadas e até já tivemos uma mulher no comando do nosso país. A conquista desse direito, no entanto, foi concretizada depois de longos períodos de lutas do movimento sufragista e, mesmo assim, não foi uma conquista completa num primeiro momento. A data 03 de novembro de 1930 é reconhecida como o Dia da Instituição do Direito de Voto da Mulher no Brasil. Inicialmente, porém, somente as mulheres casadas autorizadas pelo marido e as solteiras ou viúvas que possuíam renda própria podiam votar.

Em 1934 as restrições foram eliminadas e, finalmente, em 1946, o voto feminino igualou-se ao masculino. Dúvidas não há de que a instituição do voto feminino no Brasil deve ser comemorada como um avanço nos direitos das mulheres, além de ter sido uma etapa significativa na construção da nossa democracia que lamentavelmente vem sofrendo tantos golpes.

Na contramão da realidade de sermos a maioria do eleitorado brasileiro, no entanto, a representação feminina na política é ínfima, existindo pesquisas que indicam que o Brasil tem menos mulheres no legislativo do que o Oriente Médio, por exemplo. Nesse sentido, a participação da mulher na política deve ser incentivada e fomentada para que cheguemos, de fato, a uma efetiva democracia, com pluralidade de gêneros e ideias e para que tenhamos uma sociedade cada vez mais justa, livre de preconceitos de qualquer natureza, onde humanos se respeitam simplesmente pelo fato de se reconhecerem no outro como também humano, independente do que quer que seja.

Manuela Praxedes
Presidenta da Comissão da Mulher Advogada da OAB/CE
Conselheira Titular no Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Fortaleza