Com a pandemia, estima-se que os negócios virtuais anteciparam o crescimento de uma década.

O Banco Central do Brasil (BACEN) consolidou uma agenda, voltada à concorrência mercadológica das Instituições Financeiras, visando redução de custos na ponta; investimentos no país; maior satisfação dos tomadores consumidores; e o aprimoramento da qualidade dos produtos. O Open Bank; Open Finance; e o Sandbox Regulatório, previsto na Lei Complementar n. 182, de  01 de Junho de 2021. corroboram tal assertiva.

Nesse cenário, abrem-se oportunidades para as Fintechs de Créditos, as quais precisam de autorização formal do BACEN para funcionar, nos termos da Resolução 4.656 e 4.657 do BACEN.

Com as Fintechs, o mercado bancário passa a ter um nicho mais amplo, de opções, com visíveis modernizações dos serviços financeiros.

De acordo com a pesquisa realizada pela Ciab Febraban (2017), 63% da população mundial, atualmente, são adeptos aos serviços financeiros provenientes das Fintechs. No Brasil, o percentual  foi de 74%. Com a tecnologia 5G, a quantidade de adeptos aumentará, sem sombra de dúvidas, pois aquele que ainda se encontram no deserto digital passará a ter acesso.

Tal amostra identificou que as vantagens de utilizar serviços das Fintechs englobam a facilidade do uso; a rapidez dos serviços; e a experiência positiva do cliente, enquanto os Bancos são mais caracterizados pela confiabilidade; pelo capital; e pela experiência em lidar com as regulamentações de mercado.

Segundo pesquisa FEBRABAN de tecnologia bancária, a inteligência artificial é prioridade de investimento para 96% dos bancos, o que motiva e explica o fato dos próprios bancos também contratam serviços de Fintechs, com propósitos disrutivos.

Alguns fatores vêm possibilitando que algumas características do setor bancário venham se alterando. O principal deles é a popularização dos smartphones. Tal dispositivo criou novos paradigmas, a exemplo das tratativas de pagamentos; e possibilitou a personalização do serviço ao cliente.

O Federal Reserve (FED) define mobile banking, como o uso de telefones celulares para acesso ao banco ou conta de crédito (Board of Governors of the Federal Reserve System, 2015). Segundo a empresa, os dispositivos móveis reduzem entre 50% a 70% os custos sobre as transações financeiras, tornando acessível serviços financeiros a uma maior gama de clientes.

Com a ascensão de modelos de negócios que focam em atender algumas necessidades de clientes, a partir de soluções de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), a gestão de produtos financeiros se torna mais inovadora e o serviço prestado ao cliente tende a se tornar mais atrativo e interessante, gerando maior adoção e difusão.

Os serviços de créditos digitais influenciam as estruturas do mercado bancário, de modo que empreender em uma Fintech de crédito nunca foi tão salutar e oportuno, notadamente para quem já trabalha no mercado financeiro, a exemplo de correspondentes bancários (Corbans), agentes financeiros e corretores de créditos.

Marcos Délli Ribeiro Rodrigues, 2o vice-presidente da Comissão de Direito Bancário, da OAB Ceará e membro da Comissão Especial de Direito Bancário, do CFOAB.

04 de Agosto de 2021