A Secção Ceará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), através da Comissão de Saúde, realiza na próxima terça-feira (28/06), Audiência Pública para debater o fechamento do Hospital Gonzaguinha de Messejana, sob a fundamentação da necessidade de reformas. A sessão terá início às 8h, na Plenária da Ordem e atende à solicitação da Associação Médica Cearense (AMC).
“Entendemos que o momento já era de deficiência de número de leitos hospitalares, que se agravou ainda mais com a alta incidência de doenças provocadas por viroses e arboviroses, além de que recentemente tivemos o alarde de superlotação das maternidades e UTI neonatal. Por essas e outras razões precisamos tentar compreender esta decisão radical de fechar um hospital, mesmo que seja de maneira provisória”, pontua Ricardo Madeiro, presidente da Comissão de Saúde da OAB-CE.

Sobre o Hospital Gonzaguinha de Messejana

O equipamento de saúde atua no Estado há 35 anos e é referência em atendimento materno fetal. O serviço de assistência se concentra em dar suporte gineco obstétrico de urgência/ emergência com procedimentos como parto normal, cesarianas e curetagens, que atende toda a população de Messejana e bairros em volta.
Na outra ponta do atendimento materno, encontra-se o atendimento ao recém-nascido (RN) que infelizmente está sem funcionar porque a unidade não tem ar condicionado. Nesse atendimento ainda estão incluídos os alojamentos conjuntos onde as mães ficam depois dos procedimentos juntamente com seus bebês.
O Gonzaguinha é o único hospital, fora a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), que tem o serviço de assistência à mulher vítima da violência sexual, tanto na emergência, como no seguimento, com profissionais especializados nesse tipo de atendimento, e podem, se assim quiserem, realizar o aborto legal.

Possíveis prejuízos caso o Hospital Gonzaguinha de Messejana seja fechado

1. Aumento da mortalidade materna, fetal e neonatal;

2. Desassistência às gestantes soropositivas e aos bebês nascidos dessas mães, e aos homens e mulheres com HIV;

3. Desassistência as mulheres vítimas da violência sexual;

4. Desassistência as gestantes de alto risco;

5. Um grande problema é a distância que as gestantes terão que percorrer até o Gonzaguinha do José Walter, distante 12 KM de Messejana, fora os problemas das facções, expondo à população a violência quando entrarem em outro território de uma facção rival à que existe em Messejana.

6- Perda de toda a reforma já feita há dois ano, com o dinheiro público, como Casa da Gestante, Centro de Parto Normal, toda a fiação elétrica do hospital renovada, subestação de esgoto, estação elétrica com um novo gerador e reforma ampla do estacionamento, além da reforma da sala 3, que só não foi feito o piso porque foi avisado dia 30/05 que o hospital iria fechar, e a partir disso todas as reformas que estavam correndo foram suspensas;

7- Perda do atendimento de todos os outros serviços prestados, já que foi dito pela gestão que o Gonzaguinha do José Walter não terá espaço para contemplar todos os ambulatórios, e por conta disso, essas pacientes serão distribuídas pelas outras unidades de saúde;

8. Prejuízo aos profissionais da unidade que serão transferidos, até mesmo gastando mais dinheiro com transporte e combustível.