Diante o cenário de um fenômeno mundial e estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde apontam que em aproximadamente três décadas, o número de pessoas idosas será equivalente ao número de crianças, essas questões passam a ser cada vez mais importantes.

A velhice no seio de uma sociedade coloca toda a sociedade em questão. Desta forma, combater a violência contra a pessoa idosa é compromisso de todos. A Organização das Nações Unidas estabeleceu o dia 15 de junho como Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, data na qual as ações se dirigem contra a naturalização de práticas violentas e suas várias manifestações.

A OMS define a violência contra a pessoa idosa como “ação única ou repetida, ou falta de ação apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento onde exista uma expectativa de confiança, que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa”. Dados do relatório da OMS indicam que em 2023, foram registradas 143,5 mil denúncias contra pessoas idosas que resultaram no registro de 841,6 mil violações.

No Brasil, o Estatuto da Pessoa Idosa, lei nº 10.741 de 2003, descreve a violência contra a pessoa idosa como “qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico”. A violência pode ocorrer de várias formas, como física, psicológica ou emocional, sexual, financeira, patrimonial, discriminação, além da negligência e abandono.

Devem ser objeto de atenção: políticas públicas que redefinam, de forma positiva, o lugar da pessoa idosa na sociedade e privilegiem o cuidado, a proteção e sua subjetividade, tanto em suas famílias como nas instituições, tanto nos espaços públicos como nos âmbitos privados.

No caso dos serviços de saúde, é preciso que os profissionais se preparem cada vez melhor para a leitura da violência nos sinais deixados pelas lesões e traumas que chegam aos serviços. Em todas as formas, devemos e precisamos aumentar o respeito à população idosa, a nós mesmos, que queremos envelhecer com proteção, cuidado e qualidade de vida.

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