O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, criticou hoje, 14, a decisão da presidente Dilma Rousseff de apoiar a aprovação no Congresso Nacional da Lei de Acesso à Informação Pública, fato que permitirá que documentos públicos permaneçam em segredo por tempo indeterminado. Ophir  recebeu a decisão do governo com perplexidade, uma vez que o PT sempre se posicionou pela abertura dos arquivos. "Lamento que o recuo de Dilma esteja ocorrendo em razão de pressões pessoais por parte dos ex-presidentes da República José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Melo (PTB-AL), que não querem revelar documentos secretos de seus mandatos", afirmou.

"Não se sabe porque eles não querem divulgar os arquivos e o que estão a esconder. No entanto, interesses particulares não podem se sobrepor à vontade da sociedade, que é de divulgação completa da história deste país para que, a partir daí, se possa reescrevê-la", afirmou.  Ophir  acrescentou que esse recuo por parte do governo talvez indique o recrudescimento da Comissão da Verdade e indica, ainda, uma manobra para que não se divulgue, em futuro próximo, os arquivos e documentos das duas gestões do presidente Lula.

O presidente da OAB rechaçou as alegações feitas por Sarney, de que a abertura dos arquivos históricos não pode ser total para não reabrir feridas do passado. Tal argumento, segundo Ophir Cavalcante, não convence. "A história precisa ser conhecida e não tenho dúvidas de que quem perderá com isso tudo será a cidadania deste país, que terá vetada a possibilidade de acessar a sua história".

Fonte: OAB