O presidente da Comissão de Direito Sindical da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Ceará (OAB-CE), Thiago Pinheiro, participou, na última quinta-feira (4), de audiência pública sobre a Nova Legislação dos Empregados Domésticos.

A audiência foi promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa atendendo ao requerimento da deputada Eliane Novais.

Para o presidente da Comissão de Direito Sindical da OAB-CE, Thiago Pinheiro, a sociedade tem que encarar essa lei como uma mudança louvável. “Essa é uma forma de reparar o irreparável, mas a lei vem impulsionar respeito à classe das domésticas”, observou.

O presidente da Comissão ainda asseverou que “é de suma importância a organização politizada das Domésticas no sentido de dar continuidade ao debate para que sejam efetivadas tais conquistas”.

A deputada Fernanda Pessoa (PR), que presidiu os trabalhos, destacou que o evento é resultado de parceria da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania com o Tribunal Regional do Trabalho do Ceará. A parlamentar enfatizou que a lei das domésticas foi um marco em defesa dos trabalhadores.

“Segundo pesquisa do Ibope, mais de 90 % dos brasileiros aprovaram a lei, mas temos encontrado entraves na sua execução. É preciso avançar ainda mais”, ressaltou.

O juiz do Trabalho e professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Luiz Souto Maior, palestrante do encontro, disse que ainda há certa resistência sobre a igualdade de direito. “Essa história de resistência sobre as leis trabalhistas existe há muito tempo.

Quando foi votada a Lei do Ventre Livre, houve manifestações no sentido de que o escravo era uma propriedade qualquer, porém não poderia ser violada. Com a lei de férias foi a mesma resistência e argumentos infundados. Na lei das domésticas, não seria diferente”, acrescentou.

O magistrado fez uma retrospectiva sobre os avanços trabalhistas e ressaltou que o Brasil ainda vive com resquícios da escravidão, através do trabalho doméstico e essa lei vem acabar com isso. “Se olharmos para trás, veremos que demos um grande passo.

A sociedade tem uma dívida com essas pessoas e a noção de igualdade é importante, mas ainda é pouco. Precisamos encontrar uma forma de pagar essa dívida”, pontuou.