Os 80 anos da Secional Ceará da Ordem dos Advogados do Brasil foram tema do programa “Debates do Povo”, da rádio O POVO/CBN, nesta segunda-feira,8, com a participação do presidente da entidade, Valdetário Andrade Monteiro, do ex-dirigente da OAB-CE e professor Roberto Martins Rodrigues e do jurista Djalma Pinto.  Durante uma hora, foram debatidas assuntos polêmicos como o plebiscito proposto pela presidente Dilma Rousseff, exame de Ordem e o papel da OAB-CE no processo de redemocratização do País.

O programa apresentou depoimentos de personalidade dos mundo jurídico e jornalístico, que falaram sobre a atuação da entidade ao longo das últimas oito décadas. O constitucionalista Paulo Bonavides ressaltou o papel Secional alencarina na defesa dos direitos sociais. “A OAB, Secção Ceará, nunca faltou em fidelidade na defesa dos direitos sociais. Essa linha tem sido rigorosamente observada na presente gestão de Valdetário Monteiro. Nos momentos de crise institucional e de crise constitucional, a OAB nunca faltou ao campo de batalha para defender a democracia, sustentar o estado de direito e ficar ao lado da causa constitucional. A OAB é indeclinável baluarte das instituições democráticas do País”.

No entender de Roberto Martins Rodrigues, a OAB sempre teve papel relevante no curso da história do País. “A Ordem sempre cumpriu a sua função, às vezes com maior intensidade, outras com menor, mas sempre procurou defender reformas estruturais por um estado verdadeiramente de direito, realmente democrático. A Justiça social deve ser o grande desiderato da OAB”.

O ex-presidente da Secional cearense por três mandatos criticou a dinâmica do Poder Judiciário, que, segundo ele, não corresponde aos anseios da população, principalmente dos que não têm acesso à Justiça. “Existe alguma coisa que não deixa o Poder Judiciário atender aos reclames da população menos afortunada”, afirmou, lamentando que nas manifestações populares, registradas nas últimas semanas em todo o Brasil, não se tenha cobrado mudanças no Poder Judiciário.

“A OAB busca captar os anseios da população, na construção de uma sociedade livre, solidária”. A avaliação é do jurista Djalma Pinto, que ressalta o papel que a Ordem tem assumido, ao longo da história, uma posição de vanguarda. “Quando as liberdades foram sacrificadas, a OAB marchou ao lado da Igreja em defesa da sociedade”, concluiu.

Análise semelhante faz a jornalista Adísia Sá , que declarou sempre testemunhar “com orgulho” o papel da OAB de defensor do cidadão. “Somos um provo privilegiado, pois no momento em que os direitos civis eram desrespeitados o Brasil contou com a Ordem dos Advogados do Brasil. “A OAB nunca renegou suas tradições e nunca negou o seu apoio à sociedade”, disse.

Para o conselheiro federal da Ordem e diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Cândido Albuquerque, a história da OAB se confunde com a sociedade brasileira. “Nos últimos 80 anos não há luta social e episódios em que a vida institucional é coloca em risco que a OAB não tenha se apresentado em defesa da sociedade. A OAB-CE é patrimônio da sociedade cearense”, constata.