É possível planejar uma solução a curto prazo para garantir a segurança pública no Estado do Ceará? Por mais que a resposta não seja tão simples, é preciso, primeiro, compreender as causas do aumento da violência urbana na Capital e os fatores que ocasionaram o seu prolongamento para o Interior do Estado.

De acordo com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Ceará, Valdetário Andrade Monteiro, o debate é importante para não só pensar a segurança a partir das causas, mas também a partir das possíveis soluções.

“É um trabalho feito em conjunto com o Estado, com a sociedade civil, com a OAB-CE e os advogados para pensar a segurança e seu caráter interdisciplinar”, afirmou Valdetário Andrade Monteiro, durante a apresentação do primeiro painel intitulado “Segurança Pública: uma questão de Estado”.

O painel foi moderado pelo jornalista e especialista em Segurança Pública, Fernando Ribeiro. Em sua apresentação, Fernando Ribeiro destacou que Fortaleza, diferente das demais capitais do Brasil, possui uma programação televisiva com destaque para programas de violência em larga escala. “Além disso, há uma diversidade de assuntos relacionados à segurança pública, como burocracia do judiciário, a fragilização da polícia, a banalização da morte, o aumento do consumo de drogas e a situação dos presídios. Diante deste cenário, não vejo uma solução a curto prazo”, disse.

Na mesma lógica foi o teor da apresentação do Conselheiro da OAB-CE e doutor em Segurança Pública, Laécio Noronha Xavier. Laécio destacou que há um equívoco tratar o consumo de droga como caso de polícia. “O consumo de drogas é um caso de saúde pública e a polícia deve atuar no tráfico”, atesta.