A Justiça ordenou a quebra do sigilo eletrônico, e a Polícia Civil identificou todos os envolvidos no delito. Um depoimento revelador, tomado pela Polícia Civil no último dia 7, através da Delegacia de Defraudações e Falsificações, era a peça que faltava para o completo esclarecimento da fraude ocorrida durante a fase final da campanha para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará, em novembro do ano passado.

Após a Justiça determinar a quebra de sigilo eletrônico dos suspeitos de terem postado um vídeo comprometedor à imagem do presidente da entidade, Valdetário Monteiro – então candidato à reeleição no cargo – a Polícia agora já tem em mãos informações de ontem partiu a postagem.

O computador utilizado para a publicação do vídeo pertence a um estudante de Direito (identidade preservada), que foi ouvido pelo delegado Jaime Paula Pessoa Linhares.

Apontou

No longo depoimento na DDF, cujo teor foi acessado com exclusividade pelo Diário do Nordeste, o estudante de Direito citou quem teria utilizado seu computador para postar o vídeo com um diálogo falso, montado para denegrir a imagem de Valdetário Monteiro e, assim, inviabilizar sua reeleição.

A farsa, porém, acabou sendo descoberta, virou caso de Polícia e, mesmo assim, não foi suficiente para impedir a reeleição do presidente. O inquérito está próximo do fim e, pelo menos, quatro pessoas, sendo três advogados e um estudante de Direito, deverão ser indiciados pelos crimes de falsidade ideológica e formação de quadrilha. O delegado Jaime Paula Pessoa Linhares encaminhou à Justiça um pedido de prorrogação do prazo para concluir as investigações.

No depoimento, o estudante de Direito (identidade preservada) contou que o autor da postagem foi vizinho, que tinha livre acesso à sua residência, já que ambos moravam no mesmo prédio, na Varjota, e os apartamentos eram “porta a porta”. Como estavam estudando juntos para concurso jurídico, o suspeito passou a gozar de sua total confiança e usou seu computador.

Segundo o depoente, “ele abusou da minha confiança e, indevidamente e teria feito a postagem do vídeo apresentado no bojo deste inquérito”, disse o rapaz na Polícia, e alegou que não teve nenhuma participação na divulgação do vídeo difamatório.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1338222