Na véspera da abertura oficial da III Conferência Nacional da Mulher Advogada, dezenas de dirigentes e lideranças da Ordem se reuniram para o I Encontro Nacional das Mulheres Dirigentes do Sistema OAB, realizado na sede da OAB-CE, em Fortaleza. A reunião serviu para tratar dos últimos ajustes para a realização da conferência nacional e também para debater a presença das mulheres em cargos diretivos no Conselho Federal, nas seccionais e nas subseções da OAB em todo o país.

A presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), Daniela Borges, destacou que a reunião é histórica, por reunir, pela primeira vez, tantas lideranças femininas do sistema OAB e por discutir como estimular uma maior participação das mulheres nos espaços de direção da Ordem.

“O encontro serviu como um momento para tratarmos das pautas específicas das mulheres que ocupam cargos diretivos nas seccionais e subseções. Foi possível ainda debater estratégias e medidas para o fortalecimento das mulheres nas seccionais. É fundamental que possamos discutir como ocorre a presença das mulheres nas seccionais e subseções, e o que pode ser feito para fortalecer essa presença e estimular a participação cada vez maior de mulheres no sistema OAB”, disse a presidente da CNMA.

Anfitriã do encontro, a vice-presidente da OAB-CE, Ana Vládia Feitosa, afirmou que a reunião foi essencial para a troca de experiência das dirigentes do sistema, já que as presidentes das comissões da mulher advogada das seccionais puderam apresentar as vivências e os problemas locais, além de ressaltar as soluções e as boas práticas nos diversos estados do país.

“É uma honra para o Ceará receber a conferência. Vamos debater nesses dois dias problemáticas e temáticas que dizem respeito à toda sociedade. Já este encontro tem uma relevância primordial e significa ainda um marco para nós mulheres diretoras e para todas aquelas que ocupam cargos diretivos dentro do sistema. A maior riqueza aqui é a troca de experiências. Cada local possui as suas particularidades, mas existem demandas e lutas comuns em diversas partes do nosso país”, afirmou Ana Vládia Feitosa.

A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-CE, Christiane Leitão, destacou os esforços feitos por todo o sistema para a realização da conferência nacional e o impacto do evento no Ceará, estimulando uma maior participação feminina nos espaços da Ordem. “Nossa missão hoje é de acolher e receber bem todas vocês e todas as mulheres que vão participar da conferência. No Ceará, passamos por um momento histórico, em que temos 16 comissões da mulher advogada nas nossas 16 subseções do interior do estado. Somos mais de cem advogadas na nossa comissão estadual”, revelou a presidente da CMA da OAB-CE.

As dirigentes da Ordem se dividiram ainda em grupos de trabalho para debater temas relacionados às seccionais, ESAs e Conselho Federal, além de discussões sobre novas medidas para beneficiar as advogadas por meio das Caixas de Assistência e da Concad Mulher. As presidentes de “OABs Jovens” também debateram ações e mobilizações para os próximos anos. Nas próximas eleições do sistema, entra em vigor a regra que estabelece um percentual mínimo de 30% de mulheres nas chapas que vão concorrer.

“Precisamos ocupar esse local, buscar novas lideranças e incentivar uma participação cada vez mais ativa das mulheres nos postos de dirigentes da Ordem. É fundamental debater as estratégias e apresentar propostas para que efetivamente tenhamos uma representação mais igualitária nos nossos espaços de decisão. Nós somos força política dentro do sistema”, avaliou Daniela Borges.

A conselheira do CNMP Fernanda Marinela relembrou o início dos trabalhos da Comissão da Mulher Advogada no Conselho Federal e a primeira Conferência Nacional da Mulher Advogada, ainda em 2015, para destacar os avanços obtidos desde então. “Estamos conseguindo dialogar e avançar bem. Estou muito emocionada, porque eu me lembro que a primeira conferência não ia existir porque não havia recursos para isso. Me sinto emocionada de saber que conseguimos fazer a primeira, depois a segunda e hoje, no Ceará, estamos mais uma vez brilhando na terceira edição. Estamos com quase 3 mil advogadas participando. Graças às mulheres que nos antecederam, nós conseguimos chegar até aqui”, disse Marinela.

Homenagem

As mulheres dirigentes da OAB também prestaram uma homenagem à advogada Wanda Sidou, que passa a dar nome ao plenário da seccional do Ceará. Ela foi advogada atuante na defesa de presos políticos na época da ditadura militar, enfrentando adversidades, perseguição e ameaças no período, mas teve coragem de defender, em nome dos direitos humanos, pessoas que não tinham, inclusive, condições de pagar pelos honorários. No ensejo, foi realizada a outorga da medalha Wanda Sidou à advogada Amailza Soares Paiva.

* Com informações do CFOAB (oab.org.br)