Durante a 24ª Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, realizada em Belo Horizonte (MG), a Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Ceará (OAB-CE) esteve representada, no dia 27/11, pelos conselheiros federais Ana Paula Araújo de Holanda e Hélio Leitão. Os conselheiros participaram de dois painéis distintos do primeiro dia de Conferência, que já é considerada como o maior evento jurídico do mundo.

A advogada e professora de Direito, Ana Paula Araújo, se apresentou, representando a seccional cearense, no painel 2 da Conferência, cujo tema central foi “Exame de Ordem e Ensino Jurídico”. Ao longo de sua intervenção, a conselheira dialogou sobre o Exame de Ordem e a avaliação do conhecimento prático para o exercício da advocacia, e defendeu que as atividades educacionais e de ensino devem ser direcionadas para as exigências da atualidade.

“O aluno precisa ser incentivado a pensar de forma instigante, a refletir e a aprender a mediar conflitos. A sala de aula convencional antiga não cabe mais na educação jurídica. As disciplinas do eixo básico precisam trabalhar de forma diferente”, declarou. Por fim, o papel da Ordem dos Advogados com o ensino de qualidade foi destacado pela professora, quando afirmou que “a OAB não vai descansar enquanto não conseguir novos padrões de qualidade junto ao MEC. Queremos um projeto inovador, que tenha qualidade efetiva”, concluiu.

Simultaneamente, o conselheiro federal cearense Hélio Leitão, realizou sua comunicação durante o painel 3 da Conferência, que teve como eixo central de discussão o tema “Direito e Segurança”, com foco em assuntos sobre desigualdade e militância advocatícia. Leitão já atuou como secretário de Justiça e Cidadania do Estado do Ceará e, na ocasião, criticou a segurança pública e o sistema carcerário brasileiro, que carregam ainda muita influência de um passado escravagista que fez parte da história nacional.

“Somos herdeiros de um regime maldito de servidão humana e, também por isso, necessitamos de novos modelos. Há uma vocação no nosso Direito Penal para a repressão da periferia, determinadas classes, salvaguardando outras. Há uma interferência em favor das classes dominantes desde o legislativo, que se evidencia nas criminalizações primária, em que o preso é demonizado, e secundária, em que basta ir a qualquer presídio para se ver a realidade”, pontuou o conselheiro.

A programação da 24ª Conferência Nacional da Advocacia Brasileira segue até o dia 29 de novembro e conta com 400 palestrantes nacionais e internacionais, 250 estandes de diversos segmentos, 50 painéis e 5 tribunas livres. Clique aqui para conferir a programação completa do maior evento jurídico do mundo.