A chuva atrasou, mas não impediu que a 3ª Marcha Contra à Corrupção ganhasse as ruas de Fortaleza. Desde as 15 horas do último sábado, os manifestantes, em sua maioria jovens, se concentraram na Praça Portugal para pedir que o mensalão seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda este ano.

“Não podemos deixar que esse crime prescreva. Já se passaram seis anos e esse caso não é julgado”, criticou o coordenador do ato, Teixeira Neto. A mesma indignação quanto à questão veio também do aposentado Ivo Salvany, 63. “Se não houver punição aos culpados, esses serão os juízes mais vergonhosos que já existiram na história do STF no País”.

O protesto ocorreu em outras 75 cidades brasileiras e também levantou as bandeiras da tipificação da corrupção como crime hediondo e o voto aberto nas Casas Legislativas do Brasil.

Algumas pessoas que passavam pela Praça Portugal e não sabiam do movimento, acabaram se integrando à marcha. Foi o que aconteceu com o estudante Rafael Capelo, 19, e com o auxiliar administrativo Tony Catunda, 27. “Quando chegamos aqui, nos deparamos com o ato. Achamos uma causa nobre, por isso resolvemos participar também”, explicou.

Ao som de músicas de protesto das décadas de 70 e 80, os manifestantes, com seus rostos pintados de verde e amarelo e abraçados a bandeiras do Brasil, seguiram com a marcha pelas avenidas Desembargador Moreira e Beira Mar.

A lei da Ficha Limpa também ganhou destaque. O presidente da Comissão de Ética na Política da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Tarcísio Silva, destacou o projeto de ampliar a lei para os municípios cearenses.

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ENTENDA A NOTÍCIA

Representantes de instituições públicas voltadas ao combate à corrupção, como o Ministério Público, estiveram no movimento, que percorreu áreas nobres da cidade.

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Confronto com Polícia em São Paulo

Manifestantes que participam da marcha contra a corrupção na avenida Paulista, na região central de São Paulo, entraram em confronto com a PM no começo da noite de sábado. O confronto ocorreu após policiais militares jogarem bombas de efeito moral contra os participantes. Em resposta, eles atiraram garrafas contra os PMs.

 

Fonte: Jornal O Povo