O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE), Valdetário Monteiro, descartou ontem que a responsabilidade pela fuga de dez presos do Instituto Presídio Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II) no sábado seja dos dois advogados presentes no local no momento da ação. Conforme O POVO adiantou com exclusividade na edição de domingo, os dois advogados, agentes penitenciários e policiais militares que presenciaram a fuga prestaram depoimento ainda no sábado.

 

De acordo com Monteiro, não haverá investigação da OAB para apurar a participação dos advogados, cabendo esse papel à Polícia Civil. “A Polícia tem que investigar, ir a fundo nas responsabilidades”, avalia.

 

Para Monteiro, a fuga atesta a situação de precariedade do sistema penitenciário no Ceará denunciada pela OAB em novembro do ano passado, após seis visitas a unidades penitenciárias. “Não podemos direcionar o foco somente para os advogados que foram visitar os presos se as câmeras (do IPPO II) não funcionaram, se o raio-x não funciona”, acrescenta.

 

Ele explica que os advogados foram ouvidos como testemunhas, e não suspeitos. Ainda segundo Valdetário, os advogados ainda estavam no setor de triagem quando começou a ação.

 

Apesar de descartar a responsabilidade da fuga, Monteiro diz não poder atestar se os advogados tiveram alguma participação. “Seria prematuro atestarmos isso se há uma investigação em curso”, pondera.

 

Fonte: O Povo (texto e foto)