A corregedora-geral de Justiça, Eliana Calmon, afirmou ontem que a negligência de tribunais estaduais foi responsável pelo sumiço de 5.400 equipamentos de informática, cujo valor chegava a R$ 6,4 milhões. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) repassava equipamentos de informática para os tribunais locais seguindo meta de gestão que visava à melhoria da informatização da Justiça. “Não foi propriamente sumiço de cinco mil computadores. O que há é uma desídia, porque deveriam ter sido imediatamente tombados, imediatamente identificados como patrimônio do tribunal como doação do CNJ”, afirmou.

 

A Secretaria de Controle Interno do CNJ fez apuração sobre a situação dos equipamentos em 15 estados, que foi concluída em novembro. Segundo o CNJ, computadores e impressoras repassados desde 2009 aos tribunais da Paraíba, Tocantins e Rio Grande do Norte superam o índice de 10% de bens “não localizados”. Já em Goiás, houve problemas na entrega de dados relativos ao repasse do material. A entrega de equipamentos nos quatro estados foi suspensa. Somente no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo, todos os equipamentos foram localizados. Outro problema encontrado pelo CNJ foi a manutenção de 3.600 equipamentos em depósito, sem uso, no valor de R$ 2,3 milhões. O CNJ informou que investiu R$ 92 milhões em tecnologia da informação para modernizar os tribunais brasileiros, totalizando 58 mil equipamentos.

Devido as irregularidades, relatório da auditoria sugeriu a suspensão de doações a tribunais que “não mostraram cuidado com o patrimônio recebido” e apuração de responsabilidade pelos equipamentos não localizados. Recomendou, ainda, revisão da política de doação de equipamentos ao Judiciário. (das agências de notícias)

 

 ENTENDA A NOTÍCIA

O resultado da auditoria sobre a distribuição de equipamentos de informática aos tribunais estaduais é apenas mais um capítulo da tensa relação entre o Conselho Nacional de Justiça e magistrados.

 

Fonte: O Povo