Audiência Pública_IndependênciaA Comissão de Saúde da OAB Ceará promoverá uma audiência pública para debater a situação da saúde pública em Fortaleza. A data será confirmada na próxima semana. O anúncio foi feito pelo presidente da Comissão, Ricardo Madeiro, diante do descaso, da falta de estrutura dos estabelecimentos públicos na Capital e de situações que põem em risco a vida dos pacientes. Um exemplo do descaso nesta área ocasionou o falecimento do advogado Mateus Silva Rocha, na última terça-feira (21).

Diagnosticado com dengue, Mateus Rocha compareceu ao Hospital Frotinha de Messejana por três vezes desde o último dia 16 de abril e não teve o atendimento adequado. De acordo com a advogada Jeneffe Sampaio, Mateus pediu para ser internado no hospital para receber o tratamento para a doença. No entanto, a advogada informou que Mateus apenas recebia a medicação e voltava pra casa. “Ontem à tarde (terça-feira, 21) ele se sentiu muito fragilizado e pediu ao pai para acompanhá-lo ao hospital. Mas quando chegou lá, o quadro já se agravou para a dengue hemorrágica”, conta a advogada, acrescentando que o hospital também não dispunha de ambulância para a transferência do paciente.

De acordo com Ricardo Madeiro, é inaceitável que o serviço prestado aos cidadãos pelos postos de saúde e hospitais seja de péssima qualidade e não tenha o compromisso de zelar pelo bem estar do paciente. “Este caso é apenas um emblema do que se passa na saúde pública do Estado e não podemos mais suportar essa situação”, conta. Madeiro salienta, ainda, que as visitas realizadas pela Comissão de Saúde, em parceria com o Ministério Público Estadual.

Ricardo Madeiro adiantou, ainda, que a audiência pública apresentará uma prévia do relatório sobre as visitas realizadas a três unidades hospitalares da Capital. Nos três locais foram constatadas irregularidades, tais como carência da estrutura física, falta de medicamentos para diabetes e pressão, inexistência de prevenção ginecológica e acomodação inadequada para vacinas. “É uma situação de total descaso, ainda mais com a presença do avanço do sarampo e da dengue”, avalia.