upasDesde a última segunda-feira (22), a Comissão de Saúde da OAB-CE, presidida pelo médico e advogado, Ricardo Madeiro, realiza, juntamente com o Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará e o Conselho Regional de Medicina, visitas às UPAs em Fortaleza (secundárias – Prefeitura; terciárias – Estado – exceto IJF). Na última sexta-feira (26), ocorreram as últimas visitas. Fortaleza possui 13 UPAs, sendo que apenas nove estão em funcionamento.

Durante as visitas, observou-se que a estrutura física é adequada às necessidades, e com boa higienização, mas, de acordo com Ricardo Madeiro, o problema é que a demanda é superior ao numerário dos profissionais de saúde que trabalham nessas unidades.

“Existe uma sobrecarga de trabalho para os médicos. São 200 a 300 atendimentos ao dia (em média por UPA), o que equivale a 40 atendimentos por médico a cada 12 horas. Não é um número recomendado”, ressalta Ricardo, que além de advogado, é médico.

O presidente da Comissão de Saúde alerta que as UPAs vêm ultrapassando sua capacidade de atendimento. O ideal, segundo ele, é que cada paciente fique em torno de 6 horas no local, e que a partir daí receba alta ou seja encaminhado para a emergência ou UTI de algum hospital.

“Mas o que está acontecendo é uma permanência prolongada. Há pacientes graves, respirando por aparelhos, aguardando há cinco dias por uma transferência, o que é inadmissível. As UPAs estão sendo transformadas em hospitais, devido à ineficiência e ineficácia das redes secundária e terciária ”, ressalta Ricardo.

O que chama atenção, também, segundo ele, é que vários hospitais da rede secundária estão com obras inacabadas, com aparência de abandono. Ao final das visitas, a OAB-CE irá convidar todas as entidades envolvidas, além do Ministério Público do Estado do Ceará, para uma audiência pública. A data ainda será agendada.