Sabrina Veras – Advogada

Desde criança eu sempre gostei de ajudar as pessoas e sempre tive preocupação com o próximo. Quando tive de decidir sobre minha vocação profissional, procurei por uma profissão que se adequasse com esse sentimento e associei que garantir o Direito da sociedade é uma forma de ajudá-las e fazer justiça. Foi quando decidi cursar a faculdade e conclui o curso o de Direito na Estácio do Ceará. Por ser filha de militar, minha família sempre incentivou a seguir na carreira militar ou serviço público, como minha irmã e outros familiares seguiram. Como quando temos vinte poucos anos, geralmente somos bastantes otimistas, optei em ser advogada militante ainda na época que desenvolvia meu estágio profissional no renomado escritório de advocacia, Rocha, Marinho e Sales Sociedade de Advogados.

Embora saiba por relatos de colegas professores universitários, advogados e advogadas, sobre o a dificuldade da pratica da advocacia, sempre tive o apoio de vários profissionais qualificados e com bastante experiência e apesar de ter apenas 9 meses de advocacia, atualmente trabalho em parceria com muitos advogados experientes tanto na capital como no interior do Estado do Ceará, mantendo sempre um contato direto e respeitoso com diversos servidores públicos como serventuários de secretárias judiciarias, defensores, promotores, procuradores, delegados e magistrados.

Mesmo tendo mantido contato direito com vários magistrados e serventuários, deparei-me com uma realidade muito mais cruel e consegui sentir na pratica o que muitos jovens ou experientes, advogados e advogadas, relatam há anos: tive as minhas prerrogativas profissionais vilipendiadas.

Em novembro de 2017, um colega e seguidora do meu perfil profissional nas redes sociais questionou-me se eu conhecia um bom advogado que atuasse na área civil, e de pronto a atendi informando que era essa minha principal aérea de atuação.  Foi quando ela passou o meu contato para o seu irmão que estava desesperado preocupado com o bem-estar de suas filhas menores e com problemas com má formação genética, a fim de obter para si a guarda de ambas que havia sido concedida unilitareralmente em favor da genitora, sob a alegativa de um possível descaso por parte da genitora em cuidar das crianças e desequilíbrios emocionais.

A assim solicitei que ele constituísse provas das situações alegadas e após colacionadas peticionei nos autos informando e denunciando ao magistrado de que as crianças teriam sido abandonadas no interior do Estado pela genitora que reside e vive na capital cearense.

Portanto, sabendo do grande número de processos que tramitam no Judiciário, e, por estar em vésperas do recesso do fim de ano, para obter uma solução célere do conflito e para garantir a proteção integral das menores, tentei por inúmeras vezes ter o contato pessoal com o juiz da 2ª Vara de Família da Comarca de Fortaleza, porém todas as tentivas restaram frustradas em razão das negativas da supervisora de secretaria e outra serventuária.

E neste interim o referido juiz saiu de férias, sendo o meu pedido somente apreciado logo após o falecimento de umas das menores por falta de cuidados em 13/12/2017 por uma magistrada que respondia pela 2ª Vara de Família durante as suas férias.

Como se não bastasse, em 21/02/2018, na data em que foi agendado a audiência de conciliação deste caso, fui surpreendida pelo magistrado com a cassação da minha palavra durante o ato audiencial e logo após com ato praticado por ele de constrangimento, humilhação e mais violações de prerrogativas diante de colegas de trabalho, defensor público e das serventuárias que dificultam o acesso até ele e por mim gravado.

Por fortuna essa situação lamentável ganhou notoriedade e com eficiência a OAB/CE tomou as medidas cabíveis para o caso, e graças ao apoio de colegas advogados do Brasil inteiro e de outras pessoas da sociedade estou tendo ainda mais força e coragem para desenvolver a profissão que escolhi, que é de ser advogada em busca de defender direitos e contra as injustiças.

Atualmente, busco ajudar no combate à violação das prerrogativas, para que nenhum profissional da classe tenha suas prerrogativas violadas e para que possamos desenvolver esta profissão com independência, autonomia e em situação de igualdade perante as autoridades, garantindo assim o acesso da sociedade à Justiça.