Propondo momentos de reflexão e debate, a OAB Ceará promoveu, nesta sexta-feira (16/10), a terceira edição do “Simpósio Carreiras Jurídicas: O Que Você Precisa Saber – Magistério Jurídico: Desafios e Vivências.” Em sua terceira edição, o evento foi desenvolvido pela OAB-CE, através da Comissão de Educação Jurídica, Comissão da Mulher Advogada, Comissão do Advogado Professor; contando ainda com o apoio da Escola Superior de Advocacia do Ceará (ESA-CE).

O evento foi transmitido remotamente, através do canal da Escola Superior de Advocacia do Ceará (ESA-CE) no Youtube, e participaram do encontro 7 palestrantes para discutir a respeito do tema “Magistério jurídico: desafios e vivências”. Vanessa Oliveira, advogada, professora e presidente da Comissão de Educação Jurídica da OAB, iniciou o evento concedendo as boas-vindas aos participantes, apresentando o simpósio e frisou, ainda, a conquista da alteração no nome da Comissão de Educação Jurídica da OAB-CE, aprovada pelo Conselho seccional da Ordem.

Abrindo os diálogos, Darlene Braga, que é advogada, Secretária Municipal de Fortaleza e Doutora em Direito Constitucional, externou o início de sua experiência na docência e os múltiplos obstáculos da profissão. “Desde minha infância já tinha um apreço pela docência, ao meu ver, sempre tive esta vocação. Agora, trazendo para os dias de hoje, os desafios que nós docentes atravessamos durante este período de pandemia, sobretudo na área jurídica, é esta mudança na modalidade de nosso ensino para o ensino a distância, visto que, o profissional do Direito exerce um papel principal na sociedade como formadores desta sociedade, então, no ambiente virtual, isto torna-se mais difícil”, esclarece.

O advogado criminalista e professor universitário, Armando Costa, esclareceu a respeito das adversidades atravessadas. “Assim como em todas as profissões, tivemos que nos adaptar ao que nos foi posto neste contexto de pandemia, na prática, nos integramos às tecnologias que já eram utilizadas em sala de aula, mas tivemos que conhecer também novos meios. Para mim, um dos maiores desafios durante este momento é em manter os alunos empolgados, haja vista que mantê-los, é uma tarefa de extrema importância do professor, além também de conservá-los sempre ativos e principalmente, informados sobre os assuntos que lhe diz respeito”, aponta.

Antônio Carlos Fernandes, graduado em Direito pela UFC e Mestre pela Universidade de Fortaleza, explanou em sua fala sobre sua extensa trajetória no magistério e experiências em sala de aula. “Inicei minha trajetória muito jovem na cidade de Jaguaribe. Como professor, já ministrei diversas matérias como francês, inglês, e entre outras, então, o magistério sempre esteve na minha mente, para mim na verdade, é um sacerdócio. Logo, durante todos esses anos como professor, pude aprender que o ato de ensinar de fato é uma ação nobre, rica, útil, e de muita magnitude, pois de fato, é aquela que é a profissão das profissões”, pontuou.

Érica Martins, advogada com expertise em Gestão Jurídica e professora universitária, trouxe ao debate a pauta de alunos que ainda não possuem a possibilidade de acompanhar o ensino a distância (EAD). “Ao meu ver, neste momento tivemos desafios e oportunidades, iniciamos enfrentando a distância e a ausência do contato físico, atos que fazem muita falta no nosso dia a dia. E, uma pauta que foi levantada durante esta fase é a de pessoas que ainda, não possuem acesso nenhum a internet. Pensar nestes alunos é uma pauta de extrema importância para que o ensino EAD ocorra de fato. Temos muito a progredir, inclusive nas políticas públicas, que favoreçam os indivíduos que ainda não possuem o acesso devido à internet, para que seja efetuado uma educação de qualidade”.

O professor universitário, advogado, Mestre em Negócios Internacionais e Especialista em Direito Internacional, Vanilo de Carvalho, descreve o papel do docente e a importância de se reinventar neste momento. “O amor à profissão é a principal fórmula para que possa ser transmitido os conteúdos para nossos alunos. Atualizar-se a respeito do magistério, principalmente jurídico, neste contexto em que a docência foi incluída nas mídias e, onde todos somos protagonistas e atores atuantes no direito, é de extrema valia. Hoje, precisamos nos atualizar não só naquilo que temos o devido conhecimento, mas também de tudo que nos rodeia para que possamos nos inserir no universo do aluno, e este é um dos principais desafios”.

Finalizando o Simpósio, Raquel Ramos Machado, advogada, mestre em Direito pela UFC e doutora em Direito pela Universidade de São Paulo, iniciou sua fala citando um trecho do romance “A vida secreta dos escritores”, fazendo referência a caminhada de um professor e encorajando os ouvintes para o exercício da profissão. “O primeiro desafio a ser posto sobre alguém que deseja iniciar o magistério, é a formação, pois por ser uma formação longa, semelhante quase a de um médico, realmente torna-se de certa forma um obstáculo. Para quem exerce a profissão, o estudo é algo em que é cobrada uma permanência, mas que também é marcada sobretudo pelo prazer, então, acreditar no sucesso e pensar também nos pontos positivos, é uma forma de contribuir na trajetória”, finaliza.

O Simpósio Carreiras Jurídicas também contou com a participação de Danilo Castelo Branco, advogado graduado pela Unichristus; Lohana Luna, pós-graduanda em Direito Penal e secretária adjunta da Comissão de Educação Jurídica da OAB-CE; e Alayne de Lavôr, advogada e professora universitária.